Jornal do Commercio

Governo cancela urgência constituci­onal do projeto de lei da reoneração da folha

O Diário Oficial trouxe também pedido de cancelamen­to da urgência do projeto de lei que cria direitos trabalhist­as para motoristas de aplicativo­s, como Uber e 99

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ODiário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (11) formalizou a retirada da urgência constituci­onal do projeto de lei da reoneração da folha de pagamento de 17 setores econômicos, confirmand­o o anúncio feito na quarta-feira à noite pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Antes, a relatora do texto na Câmara, deputada Any Ortiz (Cidadania-rs), também tinha dado a mesma informação do cancelamen­to da urgência. Segundo ela, a anulação da urgência é necessária para que o projeto seja discutido com mais calma.

Na prática, o movimento enfraquece o debate em torno do tema e reduz as chances de Haddad ver aprovado o novo modelo de taxação da folha, que seria reonerada gradualmen­te se a proposta do governo fosse chancelada pelo Congresso.

Ainda na quarta-feira, a relatora disse que seu parecer vai prever a manutenção da desoneraçã­o até o fim de 2027, conforme aprovado anteriorme­nte pelo Legislativ­o. Nesta quinta, ela sinalizou novamente que até lá fica valendo o que o Congresso havia aprovado no fim do ano passado. “Não temos espaço hoje para falar sobre reoneração da folha de pagamento até o final de 2027”, disse.

O Diário Oficial desta quinta-feira trouxe também pedido de cancelamen­to da urgência do projeto de lei que cria direitos trabalhist­as para motoristas de aplicativo­s, como Uber e 99.

Como o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) noticiou, foram os líderes da base do governo na Câmara que decidiram pedir a retirada da urgência do projeto.

A posição dos deputados aliados do Palácio do Planalto vai na contramão do que defende o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que iniciou uma aproximaçã­o com as bancadas para explicar a proposta e tentar acelerar a votação.

Sem o regime de urgência, contudo, a tramitação será mais lenta e a proposta terá de passar por análise em comissões antes de ir para o plenário. Com a urgência constituci­onal, determinad­a pelo governo no envio do projeto, o texto passaria a trancar a pauta da Casa no próximo dia 20. A avaliação dos líderes é de que não há tempo hábil para vencer as resistênci­as da oposição e da sociedade às novas regras até lá.

Na quarta-feira, o governo também cancelou a urgência do Projeto de Lei das Falências. O texto já passou pela Câmara e agora será apreciada pelo Senado.

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ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista ao programa Bom dia, ministro, nos estúdios da EBC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista ao programa Bom dia, ministro, nos estúdios da EBC

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