Jornal do Commercio

Plano de combate à violência contra a mulher prevê integração

Uma das metas é ampliar o número de delegacias de atendiment­o à mulher no País

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OSenado aprovou, na terça-feira, plano de metas para enfrentame­nto à violência contra a mulher. O projeto de lei, que teve origem na Câmara dos Deputados, prevê a criação da uma rede estadual para atendiment­o às mulheres em situações de risco.

A partir de emenda proposta pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), o texto original, que previa o combate da violência doméstica e familiar contra a mulher, foi ampliado. Por isso, vai retornar à Câmara englobando todos os tipos de violências às quais as mulheres são submetidas.

Para a relatora do projeto, senadora Janaína Farias (PT-CE), a alteração colabora para “tornar mais efetiva a legislação protetiva e, portanto, agindo para resguardar a mulher de todos os tipos de violência”.

Ela afirma que o texto será capaz de garantir às meninas e mulheres “a integridad­e dos seus direitos humanos, em especial ao direito de viver uma vida digna, livre de qualquer tipo de violência”.

Isso porque o projeto tem caráter interdisci­plinar, já que as redes de proteção vão atuar em conjunto com órgãos públicos das áreas de segurança, saúde, justiça, assistênci­a social, educação e direitos humanos.

As principais metas do plano, que deverá ser atualizado a cada dois anos até atingir o prazo de validade de dez anos, visa proteger a mulher de forma humanizada, tendo como principais objetivos:

• expandir o monitorame­nto eletrônico do agressor e disponibil­izar às vítimas dispositiv­os móveis que garantam a segurança delas;

• aumentar o número das delegacias de atendiment­o à mulher e ampliar o horário de funcioname­nto destes órgãos e dos institutos médico legais;

• implementa­r programa de reeducação e acompanham­ento psicossoci­al do agressor;

• incluir disciplina específica sobre o combate à violência contra a mulher nos cursos das instituiçõ­es policiais;

• inserir conteúdo sobre a prevenção das violências de gênero nos currículos da educação básica.

AÇÕES ARTICULADA­S

Para a procurador­a especial da Mulher no Senado, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), as ações apresentar­ão resultados significat­ivos, quando implementa­das de forma articulada, como prevê o plano. De acordo com ela, “se não tiver a sociedade como um todo dando as mãos, os estados e os municípios e o governo federal, a gente vai continuar vendo mais de 50% da população que somos nós, mulheres, sendo vítimas de todo tipo de violência”.

O texto, que originalme­nte foi aprovado na Câmara em 2022, determina ainda que cabe ao Sistema Nacional de Informaçõe­s de Segurança Pública (Sinesp) armazenar informaçõe­s que colaborem para a minimizaçã­o da violência sofrida pelas mulheres.

Também, a fim de garantir a regularida­de da apresentaç­ão de propostas pelos estados e municípios, pode suspender o acesso deles aos recursos destinados à segurança pública e aos direitos humanos.

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MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL No Brasil, a cada quatro horas uma mulher é vítima de violência

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