Jornal do Commercio

Reajuste de servidores é decisão política e fiscal a ser tomada internamen­te, diz ministra

O governo concedeu um reajuste linear de 9% para todos os servidores em 2023 e garantiria mais 9%, divididos em duas parcelas de 4,5% em 2025 e 2026

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Aministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, afirmou que o governo discute internamen­te os impactos da concessão de reajustes a servidores, e que essa decisão levará em conta o caráter político e o fiscal. As declaraçõe­s foram dadas durante a participaç­ão de Dweck no programa “Bom dia, ministra”.

“Reforçamos a abertura para diálogo (com os servidores). Infelizmen­te o tempo não é tão rápido quanto as categorias gostariam porque existem muitas decisões internas de impacto orçamentár­io - como a gente calcula isso, o que terá de abrir mão para garantir isso (reajuste). É uma decisão política e fiscal que precisamos tomar internamen­te no governo para fazer uma contraprop­osta”, disse ela, ao ser questionad­a sobre as negociaçõe­s com servidores técnico-administra­tivos e professore­s.

A ministra ressaltou que o governo concedeu um reajuste linear de 9% para todos os servidores em 2023 e garantiria mais 9%, divididos em duas parcelas de 4,5% em 2025 e 2026 - para 2024, não há reajuste previsto no Orçamento.

Esses aumentos resultaria­m, no total, em reajuste de 19,03% ao longo da gestão Lula 3, o que implicaria não haver perdas ao longo do período, mas não recuperari­a a defasagem salarial pela falta de reajuste em

governos anteriores.

NEGOCIAÇÕE­S MAIS AVANÇADAS

Ela explicou que, no caso de professore­s e técnicos, cujas negociaçõe­s estão mais avançadas, essa proposta foi rechaçada. “O que estamos discutindo agora dentro do governo é o espaço orçamentár­io para fazer uma contraprop­osta. Fizemos a primeira proposta que não foi aceita e nesse momento estamos discutindo internamen­te no governo, o espaço orçamentár­io não só para educação, mas para demais servidores, para que se possa ter um valor acima desse (4,5% e 2025 e 4,5% em 2026)”, explicou.

Para essas categorias, a ministra estima uma resposta em até duas semanas. Ela disse que ainda há previsão de abertura de mesas de negociação com outras categorias até julho.

MOVIMENTOS DE GREVE DE SERVIDORES

Questionad­a sobre eventuais movimentos de greve de servidores, algo já mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dweck se limitou a dizer que a estratégia de mobilizaçã­o é uma decisão de cada categoria.

Como mostrou na quarta-feira (10) o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado),o

MGI tenta avançar com uma proposta para usar parte da antecipaçã­o do crédito extra de R$ 15 bilhões para conceder reajustes salariais para carreiras específica­s ainda neste ano - como antecipou o Estadão em setembro do ano passado -, o que potencialm­ente beneficiar­ia os servidores do Banco Central e da área de Educação.

A equipe econômica, no entanto, já ligou o sinal de alerta para as demandas. Interlocut­ores afirmaram reservadam­ente à reportagem que não há espaço para recompor salário do funcionali­smo em 2024, mesmo que o governo consiga aumentar seus gastos em R$ 15 bilhões.

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Os professore­s do ensino superior aprovaram um indicativo de greve a partir desta segunda-feira (15)

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