João ignora indicados a vice e petistas se aproximam de Raquel
Essas especulações crescem à medida que o prefeito João Campos demonstra que não tem muito interesse em colocar um membro do PT na sua vice, o que o levou esta semana a embaralhar o jogo filiando secretários em outros partidos da base. Pelo visto, esta confusão vai longe e pode respingar em 2024 e 2026.
Eleita, entre outros motivos, com a ajuda do voto “Luquel” (Lula presidente e Raquel governadora), a governadora Raquel Lyra, ainda na campanha, entrou no radar dos petistas avessos à deputada federal Marília Arraes, com a qual disputou e venceu o segundo turno. Como tinha prometido, foi continuadamente a Brasília em busca de apoio do Governo Federal para ampliar suas obras em Pernambuco e em todos os ministérios foi recebida com tapete vermelho. Os ministros nunca esconderam, como a imprensa registrou, que estavam cumprindo a recomendação de Lula de apoiá-la no que fosse necessário.
Tal recepção levou a classe política a imaginar que Lula tem o desejo de unir Pernambuco em torno do seu nome em 2026, ajudando o prefeito João Campos no Recife e Raquel no estado. É cada vez mais patente que essa estratégia está em curso. Quando vem a Pernambuco, o presidente faz iguais elogios aos dois. Por sua vez, a governadora tem tratado com toda atenção possível a bancada petista na Assembléia, ao ponto dela votar mais com o governo do que com a oposição e hoje o deputado estadual João Paulo Silva, o petista mais forte em intenções de voto no Recife, é contado entre os parlamentares governistas.
Os votos dele na comissão de Justiça seguem, com raríssimas exceções, a orientação do Governo como se deu na votação do projeto que extingue as faixas salariais da PM. Mesmo fazendo a defesa do total da classe trabalhadora, alegando que os reajustes dos policiais acima do que o Governo poderia pagar deixavam o restante dos servidores sem aumento, foi dele o voto que permitiu empate entre Governo e Oposição, levando o presidente Antonio Moraes a desempatar em favor do Palácio das Princesas.
Ligado ao senador Humberto Costa que, nos últimos 30 dias, já se encontrou duas vezes com Raquel, uma delas, estrategicamente, no dia em Lula aqui esteve, na semana passada, João Paulo não é voz isolada. Os outros deputados estaduais petistas, Doriel Barros, por sinal presidente estadual do PT, e a deputada Rosa Amorim têm dado votos fundamentais ao Governo. Quando vão à tribuna criticar alguma falha da administração estadual, fazem as chamadas “críticas construtivas”, como costumam comentar os demais deputados.
Quem estaria respaldando Humberto e o seu grupo nesse movimento? Ninguém acredita que não seja o próprio presidente.o senador, disse uma liderança petista ao blogdellas, “jamais agiria sem o respaldo de Lula”. A verdade é que na própria vinda do presidente foi comentado entre as autoridades presentes o abraço caloroso que o senador deu na governadora. Ouvido por este blog, o Humberto disse que “o relacionamento dele com a governadora é institucional sobre temas importantes para o estado como é o caso dos prédios-caixão o motivo do encontro na semana na passada”.
Sobre a posição da bancada do PT na Alepe ele afirmou que os deputados “devem responder por si mesmos. Não me cabe observação”. E completou “o PT decidiu ser oposição à governadora. Podem haver manifestações diversas de A, B ou C mas continuamos oposição, a não ser que isso mude”.
Não àtoa, da mesma forma que se cogitou no início do mandato da governadora que o deputado Doriel Barros, ex-presidente da Fetape, fosse ocupar a secretaria de agricultura, volta-se a cogitar na Alepe a possibilidade dos petistas ganharem uma secretaria ainda mais importante. Essas especulações crescem à medida que o prefeito João Campos demonstra que não tem muito interesse em colocar um membro do PT na sua vice, o que o levou esta semana a embaralhar o jogo filiando secretários em outros partidos da base. Pelo visto, esta confusão vai longe e pode respingar em 2024 e 2026.