Jornal do Commercio

DESPESAS DOS MUNICÍPIOS

O Projeto de Lei, que será apreciado nesta terça-feira (16) no Plenário da Câmara dos Deputados foi um dos principais assuntos discutidos no 7° Congresso Pernambuca­no da Amupe

-

Em ano de eleições municipais, o governo Federal trava, a um só tempo, uma queda-de-braços com prefeitos de todo o Brasil e o Congresso Nacional. O motivo é a reoneração da folha de pagamento das gestões municipais. Nas pequenas cidades, as prefeitura­s têm o papel de principal empregador. Por isso, a desoneraçã­o da folha tem um impacto importante para reduzir despesas e aliviar a crise nas finanças.

No ano passado, a Lei 14.784/2023 reduziu de 20% para 8% a alíquota referente à contribuiç­ão previdenci­ária que as gestões municipais recolhem para o INSS. Depois de perder a disputa para 17 setores econômicos na tentativa de promover a reoneração da folha, o governo Federal apresentou o Projeto de Lei (PL) 1027/2024, propondo o aumento gradual da alíquota para os municípios. A proposição teve regime de urgência aprovado pelos deputados no dia 9 de abril e deverá ser debatida em Plenário nesta terça-feira (16).

PEC DISCUTIDO NO EVENTO

Um dos destaques nas discussões do 7º Congresso Pernambuca­no de Municípios realizado pela Associação Municipali­sta de Pernambuco (Amupe) foi a PEC da desoneraçã­o. Caso seja aprovada, a alíquota previdenci­ária seria elevada para 14% já em 2024, para 16% em 2025, para 18% em 2026, e retornaria a 20% a partir de 2027.

Cálculos da Confederaç­ão Nacional do Municípios (CNM), que rejeita a reoneração da folha de pagamento, destaca que a Lei 14.784/2023 garantiu uma economia de R$ 2,4 bilhões, do total de R$ 11 bilhões estimado para o ano. No modelo apresentad­o pela União no PL, a perda soma R$ 8,9 bilhões em 2025 e R$ 9,7 bilhões em 2026. Para Pernambuco, a expectativ­a é de um aumento de despesa de R$ 555,8 milhões com o retorno da alíquota para 20%.

Durante o Congresso, o presidente da Amupe Marcelo Gouveia pediu aos prefeitos que pressionem os deputados federais que não estiveram presentes. Ele também destacaou que ao longo dos anos as gestões municipais vêm acumulando cada vez mais despesas.

Ele destaca que, a partir da Constituiç­ão de 1988, foram criadas políticas públicas que criaram mais despesas e contribuír­am para diminuir os investimen­tos. “Desconheço um município de pequeno e médio porte que tenha recursos próprios para investir. Cada reajuste do salário mínimo, cada aumento para o piso dos professore­s compromete o investimen­to”, observa.

GOVERNO FEDERAL NO CONGRESSO

Representa­ndo o Ministério da Casa Civil, o secretário de Articulaçã­o Representa­tiva, André Ceciliano, afirmou que o Governo Lula busca o entendimen­to. Tentando justificar a necessidad­e de recomposiç­ão da alíquota, ele disse que só em março a contribuiç­ão previdenci­ária apresentou uma queda de R$ 4 bilhões.

Levando em consideraç­ão que existem algumas cidades que têm grande população, assim como também ocorre o contrário, Ceciliano sugere que o critério para estabelece­r a contribuiç­ão das prefeitura­s com a Previdênci­a seja de acordo com a Receita Corrente Líquida.

 ?? ?? Prefeito de Paudalho e atual presidente da Associação Municipali­sta de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia (PSD)
Prefeito de Paudalho e atual presidente da Associação Municipali­sta de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia (PSD)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil