Trump fala em ‘manipulação’
CONTRARIADO E ENTEDIADO
Visivelmente contrariado e até entediado, Donald Trump, de 77 anos, lamentou estar passando por um processo que considera “manipulado”, enquanto o presidente democrata Joe Biden, seu adversário em 5 de novembro, faz campanha.
“Eu deveria estar neste momento na Pensilvânia, na Flórida, em muitos outros estados – na Carolina do Norte, na Geórgia fazendo campanha”, disse Trump à imprensa ao chegar ao tribunal, acusando Biden de orquestrar uma cruzada judicial contra ele.
Em sua plataforma, Truth Social, o republicano voltou a atacar o juiz: “Ele me odeia”, repetiu. Sua defesa pediu várias vezes, mas sem sucesso, que Merchan fosse afastado do caso.
Na véspera, Trump condenou o magistrado que o obrigou a assistir a todas as audiências (quatro dias por semana) e que não tenha lhe permitido assistir à diplomação de seu filho ou acompanhar uma audiência que o afeta na Suprema Corte na próxima semana.
POLARIZAÇÃO CRESCENTE
Uma sentença de culpa não seria um obstáculo para que concorra às eleições, mas, além de impedi-lo de fazer campanha normalmente, pode sem dúvida afetar suas possibilidades de ganhar, mesmo que ele venha utilizando até agora sua presença nos tribunais para fazer campanha.
“A polarização só aumenta. A atitude dos eleitores indecisos diante de tudo isso é incerta, mas [a presença de Trump nos tribunais] pode dissuadi-los”, diz à AFP o professor da Universidade de Columbia John C. Coffee.
Esta é uma das muitas frentes abertas do magnata nova-iorquino que fez fortuna no setor imobiliário e com a construção de campos de golfe.
Trump também é acusado de tentar reverter os resultados das presidenciais de 2020 e por levar documentos confidenciais quando saiu da Casa Branca.
O julgamento por interferência eleitoral estava marcado para 4 de março, mas foi suspenso para que a Suprema
Corte analise a alegação de que, como ex-presidente, Trump teria imunidade criminal, o que foi marcado para 25 de abril.
Seus advogados tentam adiar os processos judiciais para depois das eleições de novembro, quando, se vencer, as acusações federais contra ele poderiam ser retiradas.