Jornal do Commercio

Nove pessoas são mortas na fronteira Colômbia-venezuela

Organizaçõ­es sociais convocaram um ato na cidade de Cúcuta, norte do país, à noite, para protestar com velas e camisetas brancas contra “a violência descontrol­ada”

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Nove pessoas foram assassinad­as no fim de semana na fronteira da Colômbia com a Venezuela, incluindo um jornalista que denunciava atos de corrupção, informou uma fonte da polícia à AFP neste segunda-feira (15).

Organizaçõ­es sociais convocaram um ato na cidade de Cúcuta, norte do país, à noite, para protestar com velas e camisetas brancas contra “a violência descontrol­ada”.

INVESTIGAÇ­ÃO

No domingo, o presidente Gustavo Petro ordenou uma “profunda investigaç­ão” para descobrir os autores do homicídio do comunicado­r Jaime Vásquez.

O homem de 54 anos era também um advogado e ativista conhecido por “denunciar a corrupção” na região, detalhou Petro em sua conta no X (antigo Twitter).

Vásquez foi baleado no domingo em um lugar comercial na frente de uma dezena de testemunha­s, segundo imagens de câmeras de segurança divulgadas pela imprensa local.

As investigaç­ões “incluirão o exame forense das informaçõe­s de seu celular, que aparenteme­nte foi manipulado por funcionári­os depois de sua morte”, acrescento­u o presidente.

MORTES DE JORNALISTA­S

Pessoas próximas a Vásquez denunciara­m que sua conta do Whatsapp foi utilizada depois do crime.

O ativista “era um homem que se dedicava a pensar, investigar e falar de temas que muitos não falam”, afirmou nesta segunda à Blu Radio o jornalista Jonathan Mojica, seu amigo pessoal.

No Facebook, o jornalista fazia transmissõ­es ao vivo denunciand­o contratos irregulare­s e abusos de poder na administra­ção local.

A Fundação para a Liberdade de Imprensa (Flip) da Colômbia condenou o assassinat­o e também clamou por “uma rápida e exaustiva investigaç­ão”.

“O trabalho de denúncia de irregulari­dades na contrataçã­o pública e casos de corrupção que Jaime Vásquez vinha realizando lhe rendeu amplo reconhecim­ento da sociedade”, publicou no X a fundação, que desde 2006 registrou o assassinat­o de 167 jornalista­s na Colômbia.

A Procurador­ia colombiana informou pelo X no domingo que “o comunicado­r e líder social foi atacado com arma de fogo várias vezes por um homem que, após cometer o crime, fugiu em uma motociclet­a”.

Os crimes do fim de semana se somam a outros 17 massacres ocorridas na Colômbia até o momento em 2024, indicou o Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento e a Paz (Indepaz).

Na região, atuam paramilita­res, guerrilhei­ros do ELN, estruturas ligadas ao Estado Maior Central (ex-farc) e várias gangues locais, de acordo com esse centro de pesquisa.

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presidente Gustavo Petro ordenou uma “profunda investigaç­ão”
O presidente Gustavo Petro ordenou uma “profunda investigaç­ão”

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