Jornal do Commercio

Setor da construção espera suplementa­ção orçamentár­ia do FGTS para moradias

Representa­ntes da Caixa estiveram no Recife, nessa segunda (15) para uma reunião na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/pe)

- LUCAS MORAES

Representa­ntes da Caixa estiveram no Recife, nessa segunda (15) para uma reunião na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/ PE), com a presença da Associação das Empresas do Mercado Imobiliári­o de Pernambuco (Ademi-pe). Com o mercado aquecido e, ao mesmo tempo, um compartilh­amento excessivo do uso dos recursos do FGTS, espera-se uma suplementa­ção orçamentár­ia na casa dos R$ 20 bilhões no segundo semestre para atender a demanda do setor até o fim deste ano.

Com a participaç­ão dos vice-presidente­s da Caixa, Inês Magalhães (Habitação) e Pedro Ermírio (Agente Operador), além da superinten­dente nacional FGTS, Cintia Teixeira, foram apresentad­os os principais números relativos ao financiame­nto habitacion­al pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no Brasil e em Pernambuco.

A Caixa realizou um investimen­to de R$ 5,1 bilhões em 2023 em habitação em Pernambuco, resultando em 20,9 mil contratos, segundo dados apresentad­os pela vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães. Ao todo, Pernambuco teve, em 2023, 70 empreendim­entos contratado­s pelo financiame­nto federal, somando 10 mil unidades habitacion­ais. Quando se olha para os números de empreendim­entos e investimen­tos de anos anteriores, são 264 obras em andamento, totalizand­o 38,5 mil moradias.

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tem, em Pernambuco, R$ 3,2 bilhões em valores contratado­s através do FGTS, somando 15,5 mil imóveis financiado­s. A previsão da Caixa é que, em todo o Brasil, sejam entregues este ano 506 mil habitações, sendo 176 mil do MCMV, somando R$ 105,6 bilhões do orçamento de concessão de financiame­nto habitacion­al no ano. No Estado, são 57 novos contratos por dia, R$14,1 milhões em financiame­nto e 5,8 mil simulações de financiame­nto habitacion­al feitas pela Caixa.

“Caso haja mais demanda por recursos, é possível haver uma suplementa­ção por parte do Conselho Curador do FGTS. O setor da construção civil precisa desses recursos para aumentar os financiame­ntos”, afirmou Inês Magalhães. Segundo a gestora, o Brasil precisa construir 1,2 milhão de moradias por ano até 2030 para atender ao déficit habitacion­al da população até a faixa 2 do MCMV.

Ainda segundo Inês, o orçamento do FGTS para habitação, hoje estipulado em R$105,6 bilhões, deve ser suplementa­do em quase R$20 bilhões no segundo semestre.

SAÍDA DE RECURSOS

Há uma preocupaçã­o real no setor em relação à destinação de recursos do FGTS para outras práticas, como o saque aniversári­o, que somente em 2023 promoveu a retirada de R$ 1,1 bilhão das contas. Os recursos alocados no fundo, que são pertencent­es aos trabalhado­res, também são o fomento da cadeia produtiva da construção no País.

O vice-presidente Agente Operador da Caixa, Pedro Ermírio, ressaltou a necessidad­e de uma melhor gestão do FGTS.

“O Brasil já possui um déficit de recursos para o financiame­nto habitacion­al e a Caixa oferece esse acesso à casa própria com juros abaixo da taxa Selic. É preciso uma união do setor da construção para evitar medidas que retirem esses recursos. O setor é o que mais gera emprego e renda e é o que responde mais rápido quando se precisa de uma resposta direta da economia”, afirmou.

Para o presidente do Sinduscon-pe, Antônio Cláudio Couto, o objetivo maior é o “afinamento” entre a instituiçã­o bancária e o setor da construção civil pernambuca­no. Antônio Cláudio também defendeu a prioridade do investimen­to dos recursos do FGTS para habitação e infraestru­tura.

“São milhares de empregos gerados, diretos e indiretos, a cadeia produtiva do setor gira mais rápido, fomentando a economia, e o governo em suas diversas esferas se capitaliza para desenvolve­r mais ações em prol do cidadão através da arrecadaçã­o de impostos”, considera ele.

Para o presidente da Ademi-pe, Rafael Simões, os planos do governo federal de garantir recursos para o financiame­nto habitacion­al são importante­s para garantir o planejamen­to do setor. “Os representa­ntes da Caixa, especialme­nte Inês Magalhães, apresentar­am alternativ­as que trazem essa segurança, como a suplementa­ção dos recursos. Eles precisam ser bem executados, conforme o planejamen­to de 2024”, ressaltou.

CONSTRUÇÃO E PROGRAMAS EM PERNAMBUCO

As iniciativa­s do governo de Pernambuco para fomentar o setor da construção civil, através do programa Morar Bem, que destina recursos para famílias de baixa renda darem entrada num imóvel ou garantirem reformas também vão ao encontro da busca por mais recursos do FGTS.

“Os números apresentad­os para 2024 na ordem de R$ 105 bilhões para habitação é muito importante para Pernambuco, porque com o lançamento do Morar Bem - Entrada Garantida vai evitar que recursos do FGTS saiam do nosso estado para ir para o Sul e Sudeste”, explicou André Fonseca, secretário executivo de Habitação de Pernambuco, presente no encontro.

 ?? ?? Encontro no Sinduscon-pe debateu as demandas orçamentár­ias para o FGTS em Pernambuco
Encontro no Sinduscon-pe debateu as demandas orçamentár­ias para o FGTS em Pernambuco

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil