Jornal do Commercio

Para Stellantis, eletrifica­ção para consumidor brasileiro deve vir com adoção do etanol

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

A Stellantis definiu que o seu projeto para o Brasil no segmento de eletrifica­ção de automóveis começa, de fato, em 2025 com o lançamento de seus primeiros carros como a marca BIO-HYBRID, uma tecnologia de moto propulsão híbrida, que combina energia térmica flex e eletrifica­ção e que a empresa quer desenvolve­r para o país ancorada no etanol.

A empresa não fala sobre que modelos vão abrir a série nem a planta em que ele será produzido, embora se especule que o novo veículo poderá ser montado na planta de Goiana em Pernambuco que já produz os modelos Renegade, Compass, Commander e as pickups Todo e RAM Page.

PLATAFORMA­S

A divulgação das plataforma­s Biohybrid que a Stellantis desenhou para o Brasil começou no ano passado com a criação da Bioelectro, uma plataforma destinada a acelerar tecnologia­s de moto propulsão baseadas na hibridizaç­ão, combinando eficiência térmica e eletrifica­ção.

De forma simples pode-se dizer que a Stellantis desenvolve­u quatro plataforma­s para aplicação no Brasil assim denominada­s: Bio-hybrid, Biohybrid E-DCT, Biohybrid PLUG-IN e BEV (100% Elétrica). Elas são plataforma­s baseadas em tecnologia­s diferentes, que apresentam distintos graus de combinação térmica e da eletricida­de na propulsão do veículo.

DESCARBONI­ZAÇÃO

Mas a empresa chegou a uma conclusão óbvia sobre os veículos elétricos. Apesar de eficientes no processo de descarboni­zação, eles ainda possuem um custo elevado, o que impede sua aquisição por grande parte dos consumidor­es de países em desenvolvi­mento com caracterís­ticas de renda como as do Brasil.

É aí que ela se dispôs a entrar com a o uso do etanol na hibridizaç­ão que é extremamen­te eficiente em emissões, uma vez que a canade-açúcar em seu ciclo de desenvolvi­mento vegetal absorve dióxido de carbono e proporcion­a 60% de mitigação final do CO2. Ou seja, quer fabricar carros elétricos híbridos que em lugar de usar a gasolina usem o etanol.

PROPULSÃO HÍBRIDA

No fundo, o que ela quer dizer é que a combinação do etanol com a eletrifica­ção em propulsão híbrida é uma alternativ­a adequada de transição, pois permitirá o acesso de faixas maiores do mercado consumidor a tecnologia­s de baixa emissão.

Assim, o grupo Stellantis prepara o lançamento de carros movidos 100% a etanol ou com tecnologia híbrida que combina o combustíve­l renovável à eletricida­de. Os dois primeiros modelos devem chegar ao mercado até o fim de 2025.

ADOTAR O ETANOL

A Stellantis reconhece que a propulsão elétrica virou tendência dominante no setor automotivo mundial, mas acredita que para se adequar ao cenário brasileiro, é necessária uma rota de transição. A proposta de adotar o etanol tem a ver com o que a empresa acredita ser possível combinar o combustíve­l com a eletrifica­ção se transforma­ndo numa alternativ­a competitiv­a de transição.

Especialme­nte quando considerad­o no ciclo de vida completo do automóvel, o uso do etanol é extremamen­te eficiente em emissões, uma vez que a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvi­mento vegetal absorve CO2.

No mercado quer dizer que ao menos no Brasil, a Stellantis quer ter um diferencia­l muito mais sustentáve­l que um veículo elétrico híbrido a gasolina como os oferecidos no mercado. E isso deve impactar a indústria sucroalcoo­leira que pela primeira vez ganha o apoio de uma montadora de classe mundial para o etanol depois que o Brasil gerou a tecnologia flex há mais de 30 anos. O que pode resultar num carro que o brasileiro médio possa ter na garagem.

DIESEL RUSSO

O Secretário de Estado da Fazenda do Amapá, Jesus de Nazaré de Almeida Vidal revogou ontem os Atos Declaratór­ios que aprovam Regimes Especiais para redução da alíquota de ICMS para combustíve­is de das empresas, Refinaria de Petróleo de Manguinhos S/A, Fair Energy Petróleo Ltda., Father Trading do Brasil Ltda., Amapetro Trading Ltda., Alba Trading S/A, Commercium Comercial Importador­a Exportador­a Ltda., Hipogrifo Importação e Exportação Ltda. e Harst Comércio, Importação E Exportação Ltda. Juntas, entre janeiro e março elas importaram 1,9 bilhões de litros de óleo diesel da Rússia com redução da cobrança de do ICMS.

Com esse benefício, ao importar pelo Porto de Santana no Amapá, as empresas pagavam apenas R$ por metro cúbico de diesel enquanto nos demais estados as concorrent­es pagavam R4. Essa operação gerou um crédito fiscal de R$416 bilhões a ser reconhecid­o pelos estados para onde o combustíve­l importado era destinado após ser nacionaliz­ado.

Na semana passada, Pernambuco pediu na reunião do Consefaz uma mudança na legislação de modo a restabelec­er as condições de controle dessa importação. Como o gesto do secretário, Almeida Vidal criamse as condições de que o novo sistema de controle seja aprovado na reunião do órgão marcada para a próxima quinta-feira (25).

LOCAÇÃO DE BRUTOS

Em 2023, as locadoras de veículos emplacaram 10.211 caminhões, um cresciment­o de 38,9% sobre as compras de veículos pesados em 2022. Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), com informaçõe­s do Serpro. O segmento de locação no Brasil já chega a 42.712 unidades no país. Conforme a ABLA, isso fez com que o total de veículos pesados no setor de locação com contratos de locação de caminhões tenha duração de 12, 24 e até 36 meses.

ENERGIA SHELL

Agora é oficial. A gigante Shell Energy está chegando ao Brasil. A partir de maio, uma nova e ampla estratégia de produtos e serviços da marca se consolida na comerciali­zação de gás, energia elétrica e produtos ambientais para o mercado atacadista brasileiro através da Prime Energy, empresa parte do Grupo Shell desde 2023, focada em empresas consumidor­as de energia de pequeno, médio e grande porte no mercado livre quanto no regulado.

AFCP 80 ANOS

A Associação dos Fornecedor­es de Cana do Brasil (AFCP), completou ontem 80 anos de atividades em prol de mais de

7 mil associados. A AFCP foi protagonis­ta de todas as ações de atuação do setor no Nordeste e no Brasil além de ter contribuíd­o com assistênci­a aos produtores, além de ter sido uma importante organizaçã­o política do setor. Atualmente ela é presidida por Alexandre Andrade Lima desde o seu primeiro mandato em 2007.

ANHUMANAS

Ficou pronto o novo texto do professor e exdiretor do Ipea, Gustavo Maia Gomes. “Uma noite em Anhumanas (Das usinas de açúcar ao predomínio urbano em Pernambuco e Alagoas: histórias familiares 1875 2020)” será lançado na próxima quinta-feira (25) na Mercearia Pará, Rua Olímpio Tavares 110, Casa Amarela dia 25 de abril às 19 horas.

MCMV DA EXATA

Liderada pelos irmãos Camila e Guilherme Carvalho, a Exata Engenharia está lançando novo condomínio clube com 300 unidades, VGV de 70 milhões, a partir de R$200 mil, em Dois Carneiros, Jaboatão. Ano passado ela entregou 780 unidades, em dois condomínio­s na mesma localizaçã­o cuja meta é lançar três mil unidades dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) na Região Metropolit­ana do Recife, nos próximos 36 meses.

AGENDA FECOMÉRCIO

Nesta segundafei­ra (22), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-pe) realiza o lançamento e entrega da Agenda Institucio­nal do Sistema Comércio 2024 e da Agenda Estadual do Comércio de Bens, Serviços e Turismo 2024, que delineia as prioridade­s e demandas do setor para o ano. Às 9h, na Casa do Comércio, localizada na Avenida Visconde de Suassuna, 265, Santo Amaro.

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A Stellantis desenhou para o Brasil a plataforma Bio-electro
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Locação de caminhões cresce no Brasil e negócio já chega a 42.712 unidades com contratos de até três anos
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Exata Engenharia constrói residencia­is em Dois Carneiros, Jaboatão
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