Crescimento na renda mostra que mercado olhou economia de 2023 com preconceito
Aconteceu por ocasião da divulgação do PIB em 2023 que cresceu 2,9% ante o ano anterior totalizando R$10,9 trilhões chegando a um PIB per capita de R$50.193,72. A divulgação, ontem (19) pelo IBGE de que, em 2023, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita atingiu o maior valor da série histórica do módulo e chegou a R$ 398,3 bilhões num aumento foi de 12,2% ante 2022 mostra que os analistas econômicos começaram o terceiro governo Lula com um enorme preconceito sem olhar o que mostravam os números.
Eles não estavam 100% errados. Afinal, o presidente e sua equipe não deram qualquer indicação de que iniciaram uma rota de um controle mínimo das contas públicas (como até hoje alguns ministro não dão) avisaram que os R$120 bilhões que o Congresso tinha autorizado seriam aplicados sem nenhum sinal de governança mais responsável.
ERRARAM DE NOVO
Mas a cada resultado que o IBGE divulga fica mais claro que a surpresa (ou o constrangimento com os resultados positivos que desacreditaram) poderia ser evitada e até ajudado a melhorar o clima da economia já em 2023 que performou sozinha.
Isso não garante que uma família que receba do Bolsa Família, BPC e da aposentadoria do INSS agora esteja sentido que sua vida melhorou. Até porque a inflação dos alimentos reduziu a capacidade de comprar comida. Mas eles são sinais de alguma melhora. Mas eles davam sinais de que 2023 poderia surpreender de novo e ter números melhores que as análises que, no primeiro trimestre, previam 1%.
Certo, a queda de 3,0% da chamada formação bruta de capital com uma brutal queda de quase 10% (-9,4%) na compra de máquinas e equipamentos advertia que o ano seria medíocre porque o governo só falava em gastar.
PNAD CONTÍNUA
Mas o que os números da PNAD Contínua mostram é que, mesmo com o governo não ajudando em nada, a sociedade, as empresas e a economia precisam cuidar de suas vidas.
O crescimento da proporção da população com rendimento habitualmente recebido do trabalho passou de 44,5% (ou 95,2 milhões de pessoas) em 2022 para 46,0% (ou 99,2 milhões) em 2023. Assim como o rendimento de todas as fontes, considerando a população residente com rendimento que aumentou em 7,5% em 2023, atingindo R$2.846,00 ensina que, em 2024, é preciso olhar a floresta e não só as árvores.
Na verdade, o que a economia brasileira está dizendo é que tem uma força capaz de gerar recuperação que as análises simples e sem levar em consideração mais variável podem levar a conclusões insuficientes. E apesar do governo.
CONTESTAÇÃO
Pode-se contestar: Mas isso se deu porque o Governo Lula injetou muito mais dinheiro que Jair Bolsonaro. É verdade. A proporção de domicílios com algum beneficiário do programa Bolsa-família. E ele saltou de 16,9% em 2022 para 19,0% em 2023 (em 2019 foi apenas 14,3%).E que o rendimento per capita do grupo de domicílios que recebiam o Bolsa Família cresceu 42,4% (saiu de R$446 para R$635). É muito dinheiro.
Entretanto, é preciso prestar mais atenção no efeito que essa renda alavanca na conta total das famílias, especialmente se elas abrigarem aposentados e pensionistas do INSS e do Benefício de Prestação Continuada.
RENDA DO TRABALHO
Então, quando se soma a renda do trabalho, o consumo aumenta e a roda da economia gira mais rápido. E ela só não é maior porque a taxa de juros no crédito pessoal é um absurdo o que fatalmente leva à crise de inadimplência provocada pela liberação de crédito sem qualquer controle via cartão de crédito que impossibilitam a queda do número de 70 milhões de pessoas inscritas no Serasa e SPC Brasil.
O que aliás faz com que apesar o aumento do rendimento médio domiciliar per capita em todos os estratos, a desigualdade permaneceu acentuada no país.
Mas o fato de que com a melhora do mercado de trabalho e o aumento do número de beneficiários de programas sociais, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita cresceu e chegou a R$398,3 bilhões. E mostra o potencial do mercado Brasil. Que só não é melhor porque o governo insiste em não dar exemplo e só falar de despesa. E o que é pior: aumentar despesa ruim.