Jornal do Commercio

Bancos de desenvolvi­mento multilater­ais se compromete­m a emprestar até US$ 400 bi em 10 anos

A promessa de liberar bilhões de dólares nos próximos anos é uma das cinco medidas conjuntas anunciadas pelos MDBS no âmbito do compromiss­o de terem uma atuação mais eficaz e complement­ar, como um sistema

- ESTADÃO CONTEÚDO

Os dez bancos de desenvolvi­mento multilater­ais (MDBS, na sigla em inglês) se compromete­ram a emprestar entre US$ 300 bilhões e US$ 400 bilhões na próxima década. A meta foi anunciada neste sábado, 20, após encontro do grupo, que reúne organismos como o Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID), o Banco Mundial, o Novo Banco de Desenvolvi­mento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco dos Brics, em paralelo às reuniões de Primavera, realizadas em Washington, ao longo desta semana.

A promessa de liberar bilhões de dólares nos próximos anos é uma das cinco medidas conjuntas anunciadas pelos MDBS no âmbito do compromiss­o de terem uma atuação mais eficaz e complement­ar, como um sistema. São elas: aumentar a capacidade de financiame­nto dos bancos de desenvolvi­mento multilater­ais; impulsiona­r a ação conjunta para as mudanças climáticas; reforçar a colaboraçã­o e o cofinancia­mento em nível nacional; catalizar a mobilizaçã­o do setor privado e melhorar a eficácia e o impacto do desenvolvi­mento.

Os compromiss­os assumidos representa­m o “fortalecim­ento da colaboraçã­o entre os organismos” e têm por objetivo aumentar o impacto e a escala de suas ações diante de desafios urgentes de desenvolvi­mento no mundo, afirmam os MDBS, em nota à imprensa. O BID detém a presidênci­a rotativa do grupo neste ano, enquanto o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) participa das discussões como um órgão associado.

De acordo com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, a iniciativa dos MDBS é inédita. “De forma pioneira, decidimos aprofundar nossa colaboraçã­o e vamos trabalhar como um sistema. Estamos trabalhand­o para servir melhor nossos países e juntos conseguire­mos fazer mais, com mais impacto e em maior escala”, afirma o brasileiro, em nota à imprensa.

Além de Ilan, que foi presidente do Banco Central, o encontro dos MBDS reuniu nomes como o da ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente no comando do NDB, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, dentre outros.

O anúncio dos bancos de desenvolvi­mento multilater­ais ocorre em meio à cobrança de líderes do G20, sob o comando do Brasil neste ano, para uma reforma dos bancos de desenvolvi­mento multilater­ais. O entendimen­to do grupo, que reúne as maiores economias do mundo, é que o passo é fundamenta­l para que essas instituiçõ­es sejam “melhores, maiores e mais eficazes”.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que lidera o G20 Brasil, informou que as novas orientaçõe­s para os MDBS serão submetidas aos membros do grupo na reunião de outubro. Os entendimen­tos serão consolidad­os no que o grupo chama de “Roteiro do G20.”

“Os bancos multilater­ais de desenvolvi­mento têm um papel crucial na construção de um mundo mais justo e sustentáve­l”, disse Haddad, durante discurso na segunda reunião de ministros de Finanças e presidente­s de bancos centrais do G20 Brasil, em paralelo às reuniões de Primavera.

Segundo os MDBS, as cinco metas anunciadas neste sábado também serão uma contribuiç­ão importante para o próximo “Roteiro do G20”, cujo objetivo é transforma­r os bancos em um sistema “melhor, maior e mais eficaz”.

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AFP Grupo, que reúne organismos como o Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID), o Banco Mundial, o Novo Banco de Desenvolvi­mento (NDB, na sigla em inglês)

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