Reforço nos cuidados contra a cólera
VIA FECAL-ORAL
A transmissão da cólera ocorre por via fecal-oral - ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pela contaminação pessoa apessoa. Os alimentos, deforma geral, podem ser contaminados durante a cadeia produtiva e durante sua manipulação.
Além disso, como o agente causador da cólera faz parte do ambiente aquático, pode se associar a mariscos (crustáceos e moluscos), peixes e algas, entre outros, o que possibilita a transmissão da cólera se esses alimentos forem consumidos crus ou mal cozidos.
CÓLERA É GRAVE?
Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve. A cólera pode também se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras.
Quando não tratada prontamente, pode ocorrer desidratação intensa, o que leva agraves complicações e até mesmo ao óbito.
A doença está ligada diretamente ao saneamento básico eà higiene.
A cólera é causada pela ação da toxina liberada por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O 1 e O 139).
A toxina se liga às paredes intestinais, altera o fluxo normal de sódio e cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de água, o que provoca diarreia aquosa, desitradação, perda de fluidos e sais minerais importantes para o organismo.
TRATAMENTO
O tratamento eficiente da cólera deve seguir uma rápida reidratação dos pacientes, por meio da administração oral de líquidos e solução de sais de reidratação oral ou fluidos endovenosos, a dependerda gravida dedo caso.
Em aproximadamente 80% dos casos, os sintomas da cólera são leves ou moderados e devem ser tratados somente por meio da administração oral de líquidos.
Os pacientes que apresentarem desidratação grave devem ser tratados por meio da administração de fluidos endovenosos e antibióticos.
MEDIDAS PARA EVITAR TRANSMISSÃO
A oferta de água em qualidade e quantidade suficiente para apo pulaçãoéamed ida de prevenção mais indicada.
Além disso, outras medidas de prevenção e controle podem ser adotadas:
• Destinar adequadamente o lixo e dejetos
• Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado
• Usar sempre a privada. Mas, se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água
• Lavar as mãos antes de preparar alimentos e antes de comer
• Tomar água fervida ou filtrada
•Guardara água tratada em vasilhas limpas e de boca estrei tapara evitar are contaminação
• Não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados
• Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos
• Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados)
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA CÓLERA
A 7ª pandemia de cólera teve início na Indonésia, em 1961, e atingiu o Brasil em 1991, pela fronteira do Amazonas com o Peru.
A epidemia se alastrou progressivamente pela região Norte e, até o final de 1992, todos os Estados do Nordeste foram atingidos, e locais foram registrados. Em 1993, houve o avanço da doença para o Sudeste e Sul. A partir de 1995, observou-se diminuição do número de casos de cólera no País. Entre 2002 e 2003, não houve registro de casos.
Já em 2004, 21 casos foram confirmados. em 2005, foram cinco casos confirmados -esses foram os últimos casoslocais registrados no país. A partir de 2006, não houve casos autóctones (locais) de cólera no brasil; apenas casos importados (1 caso de angola em 2006; 1 caso da Republica
Dominicana em 2011 e 1 caso de Moçambique em 2016).
DOENÇA QUE VOLTA A CRESCER
No mundo, após seguidos anos de queda, tem ocorrido um aumento de casos de cólera e de sua distribuição geográfica.
Em 2021, 23 países registraram surtos de cólera, principalmente em regiões da África e no Mediterrâneo Oriental. A taxa de letalidade mundial foi de 1,9%, a maior registrada na última década e está acimado aceitável, que é até 1%.
Dados preliminares da Organizaçãomundial de saúde (Oms)mostramqueem2022, 16 países notificaram surtos prolongados e, em 2023, 29 países declararam surtos ou notificaram casos de cólera.
No ano passado, dados preliminares indicam que foram mais de 700 mildi agnósticos. Atualmente ,23 países relatam surtos da doença.