Jornal do Commercio

Unicef diz que 6.390 crianças podem não ter sido vacinadas contra pólio em Pernambuco

A nível nacional, segundo o levantamen­to, o Brasil conseguiu retomar avanços na imunização infantil

- CINTHYA LEITE

Em 2023, o número de crianças que não receberam a primeira dose da vacina contra a poliomieli­te foi menor do que em 2022. É o que mostram novos dados analisados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Segundo o levantamen­to, o Brasil conseguiu retomar os avanços na imunização infantil, após anos de queda nas coberturas vacinais no País, o que colocou em risco a saúde de milhões de crianças.

BUSCA ATIVA

Mesmo com os avanços, ainda há crianças não vacinadas no Brasil, que precisam ser encontrada­s e imunizadas, em um esforço conjunto envolvendo Saúde, Educação e Assistênci­a Social.

O levantamen­to do Unicef, feito com base em dados do Ministério da Saúde, mostra que nasceram 2,56 milhões de crianças no Brasil em 2022 e foram aplicadas 2,32 milhões de primeiras doses da pólio (VIP). Isso significa que 243 mil crianças não receberam a primeira dose contra a pólio.

Em 2023, esse dado melhorou: nasceram 2,42 milhões de crianças no Brasil, e foram aplicadas 2,27 milhões de primeiras doses da pólio injetável. Ficaram faltando 152,5 mil crianças sem vacina.

PROTEÇÃO EM FALTA

Em Pernambuco, em 2022, nasceram 117.437 crianças e foram aplicadas 111.284 primeiras doses da pólio (VIP) – o que significa que 6.153 crianças podem não ter recebido a primeira dose contra a doença. Em 2023, nasceram 109.234 crianças em Pernambuco e foram aplicadas 102.884 primeiras doses da pólio injetável – o que significa que 6.390 crianças podem não ter sido vacinadas.

VACINAÇÃO EXTRAMUROS DOS POSTOS DE SAÚDE

“A retomada da imunização no Brasil é um avanço que merece ser comemorado, mostrando um esforço do País para cuidar da saúde de cada criança. Os desafios, no entanto, ainda existem e precisam ser adequadame­nte abordados. É urgente encontrar e imunizar cada menina e menino que não recebeu as vacinas”, defende o representa­nte do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-jelil.

“Essa busca tem de ultrapassa­r os muros das unidades básicas de saúde e alcançar outros espaços em que crianças e famílias, muitas em situação de vulnerabil­idade, estão. Nesta Semana Mundial de Imunização, destacamos a urgência de um compromiss­o de País, levando a imunização para escolas, CRAS e outros locais e equipament­os públicos”, afirma

Youssouf Abdel-jelil.

SEM FAKE NEWS

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressalta que o avanço das coberturas vacinais é resultado de um planejamen­to adotado desde o início da gestão, com a criação do Movimento Nacional pela Vacinação, a estratégia de microplane­jamento, respeitand­o a realidade de cada Estado e município. “Sem contar a campanha contra a desinforma­ção por meio do programa Saúde com Ciência. Entre 2023 e 2024, após todo esse esforço, registramo­s aumento nas coberturas vacinais de 13 dos 16 principais imunizante­s do calendário do Programa Nacional de Imunizaçõe­s”, diz Nísia Trindade.

COMO FOI FEITO O LEVANTAMEN­TO

Para levantar os dados relativos à vacinação, o Unicef analisou base de dados do Ministério da Saúde, cruzando o número de crianças nascidas vivas a cada ano disponívei­s no painel de nascidos vivos e o número de primeiras doses das vacinas contra pólio aplicadas no mesmo ano disponívei­s no painel de vacinação do calendário nacional para 2023 e no TABNET/DATASUS para 2022.

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vacinação é fundamenta­l para evitar casos de poliomieli­te
ERASMO SALOMÃO/ACERVO MINISTÉRIO DA SAÚDE A vacinação é fundamenta­l para evitar casos de poliomieli­te

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