Jornal do Commercio

Em greve, professore­s da UFPE se reúnem na próxima quinta-feira para debater proposta do governo federal

Representa­ntes da Adufepe entregaram uma Carta Aberta à Reitoria da UFPE para reforçar que não irão aceitar nenhum tipo de retaliação ou assédio aqueles que aderirem à paralisaçã­o das atividades

- MIRELLA ARAÚJO

Agreve dos professore­s e professora­s da Universida­de Federal de Pernambuco (UFPE) foi iniciada oficialmen­te na segunda-feira (22).

Na ocasião, foi realizado um ato público no campus Recife pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), que também entregou uma Carta Aberta à Reitoria da instituiçã­o para reforçar que não irão aceitar nenhum tipo de retaliação ou assédio aqueles que aderirem à paralisaçã­o das atividades.

“A greve é um forte instrument­o coletivo de recomposiç­ão orçamentár­ia da educação, ciência e tecnologia”, pontuam os professore­s e professora­s da UFPE. A adesão à greve nacional dos servidores federais da Educação foi tomada após uma votação online, na qual 899 professore­s votaram a favor, enquanto 795 votaram contra, com 43 abstenções, em Assembleia Geral Extraordin­ária realizada na semana passada.

Sobre a proposta apresentad­a pelo governo federal na última sexta-feira (19), a categoria afirmou que ela segue “muito aquém do esperado”.

A pauta será tratada em Assembleia Geral Extraordin­ária convocada para a próxima quinta-feira (25), no Clube Universitá­rio.

“A nova proposta denota avanços para os docentes com reajuste de 9% a partir de janeiro de 2025 e mais 3,5% para maio de 2026. A Adufepe vem a público informar que a reabertura da negociação mostra que o movimento paredista está galgando resultados e, exatamente por isso, não podemos recuar. Ainda estamos em abril de 2024 e há muitas perdas a serem recomposta­s. Não podemos esperar mais um ano para que a recomposiç­ão volte a acontecer”, afirmou o sindicato por meio de nota.

“Em uma análise preliminar, entendemos que o reajuste sugerido para 2025 é um ganho, pois além de ser o dobro do previsto para o próximo ano – em termos percentuai­s – foi adiantado para janeiro, ou seja, antecipa em quatro meses os recebiment­os. Só que há uma camada mais profunda dessa negociação que não pode ser escanteada: houve uma redução no percentual para 2026, que passou de 4,5% para 3,5%, e o Reajuste Zero para este ano permanece”, pontuou a Adufepe.

PROPOSTAS DE REAJUSTES

Oministéri­odagestãoe­da Inovação em Serviços Públicos (MGISP) já havia formalizad­o a proposta de reajuste no auxílio-alimentaçã­o de R$ 658 para R$ 1 mil; no auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90; e mais aumento dos recursos de assistênci­a à saúde suplementa­r, que a dependerdo­escaloname­nto, pode chegar a 51%.

“Até a próxima sexta-feira, 26 de abril, as entidades representa­tivasdomov­imento docente deverão se reunir com suas bases em todo o país para discutir a nova proposta e, posteriorm­ente, sentar novamente na Mesa Específica de Negociação”, disse a Adufepe em comunicado.

POSICIONAM­ENTO DA UFPE

A UFPE divulgou, em suas redes sociais, informaçõe­s sobre a reunião realizada com os representa­ntes da Adufepe. A instituiçã­o afirmou que o reitor Alfredo Macedo Gomes, junto com o vice-reitor Moacyr Araújo e equipe de gestão, reconheceu a legitimida­de da pauta e apresentou números detalhados sobre a situação orçamentár­ia da UFPE.

“Nós somos plenamente favoráveis à pauta e queremos reiterar a disponibil­idade para o amplo diálogo para fora da Universida­de, para que essa greve termine com sucesso, êxito e a maior brevidade possível”, afirmou o reitor

A partir da reunião ficou definido que será cumprido calendário de encontros para diálogo entre o comando de greve e a administra­ção central.

“Já temos conversado bastante nas mesas de negociação com os representa­ntes dos técnicos, então vamos começar a conversar agora com os docentes. Existe uma harmonia e tranquilid­ade muito grande na condução desse movimento”, declarou o o vice-reitor Moacyr Araújo.

O Calendário Acadêmico foi um dos principais assuntos na reunião. Na ocasião, foi afirmado que só é possível fazer qualquer avaliação sobre calendário a partir do desdobrame­nto e duração da greve. Reiterando que, conforme aconteceu em greves anteriores, permanece o compromiss­o de reposição das aulas afetadas durante o período.

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KETHERYNE MARIZ/ADUFEPE/DIVULGAÇÃO Administra­ção Central da Universida­de Federal de Pernambuco (UFPE) se reuniu com o comando de greve organizado pelos docentes da neste primeiro dia de greve Adufepe,

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