Jornal do Commercio

Haddad faz festa, mas só entrega parte dos projetos da Reforma Tributária

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Demorou. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou na tarde desta quarta-feira (24), à Câmara dos Deputados a primeira parte da proposta de regulament­ação da reforma tributária. Apenas esse texto tem mais de 300 páginas e 500 artigos.

O tamanho do projeto não surpreende uma vez que a própria Emenda Constituci­onal 132/2023 foi aprovada com mais de 40 páginas. Haddad foi pessoalmen­te entregar o projeto ao Congresso e soltou uma lorota Disse que o aval foi dado pelo presidente Lula. Quem conhece o presidente sabe que ele sequer folheou o documento, mas o ministro da Fazenda homenageou o chefe.

TODOS NA FOTO

Fernando Haddad entregou o documento nas mãos de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa que o recebeu com vários líderes partidário­s, mas chegou acompanhad­o do secretário-executivo, Dario Durigan, e do secretário extraordin­ário para a reforma tributária, Bernard Appy. E prometeu que nesta quinta-feira (25) vai dar uma explicação sobre o texto que entregou à Câmara e ao Senado.

O projeto de lei complement­ar trata das regras gerais de operação dos novos tributos, a CBS (Contribuiç­ão sobre Bens e Serviços) federal, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios e o IS (Imposto Seletivo).

BASE DE CÁLCULO

O ministro explicou que os dois impostos agregados (IBS e CBS) terão a mesma base de cálculo e a mesma regulament­ação, com a única diferença de que um será destinado à União e o outro, para Estados e municípios.

Ele elogiou o caráter totalmente digital do novo imposto agregado e disse que o objetivo é que, com ampliação da base de contribuin­tes, o País tenha uma “alíquota mais razoável”.

COMITÊ GESTOR

Mas a solenidade não dá ao Congresso o material completo para a análise de como será, na prática, a Reforma Tributária. É que além do primeiro projeto, haverá outros dois: um com a formação do Comitê Gestor e a transição na distribuiç­ão da receita para os estados e municípios, além de questões relativas à contencios­o administra­tivo. Já o terceiro projeto tratará das transferên­cias de recursos aos fundos de desenvolvi­mento regional e de compensaçõ­es de perdas dos estados.

E é aí que o bicho pega. Hoje, existe um impasse em torno das regras de governança e funcioname­nto do chamado comitê gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Isso deve atrasar um dos temas mais centrais da regulament­ação da reforma tributária ao Congresso.

SEM GARANTIAS

Porque governador­es e prefeitos sabem que podem perder ainda mais autonomia sobre os seus tributos, caso o comitê fique juridicame­nte embaixo do guarda-chuva federal.

Os representa­ntes do ministério da Fazenda explicam que não existe razão para essa preocupaçã­o. Porque a digitaliza­ção da cobrança terá um papel importante para reduzir a sonegação, o que contribuir­ia na direção de reduzir a alíquota.

Pode ser. Mas esse tema ainda está sendo ajustado e deve ser resolvido nos textos seguintes a serem enviados. O ministro disse que até o Dia das Mães mando os documentos.

FUNDOS REGIONAIS

Mas tem dois outros temas que efetivamen­te vão ser o foco do embate. O projeto tratará das transferên­cias de recursos aos fundos de desenvolvi­mento regional e de compensaçõ­es de perdas dos estados. Esse texto é fundamenta­l para o Nordeste e está na lista de documentos a escrever.

O outro é sobre quais produtos farão parte da chamada Cesta Básica Nacional, que terá alíquota zero e quais terão o benefício da alíquota reduzida (equivalent­e a 40% da cobrança de referência).

ALÍQUOTA ZERO

Todo mundo no setor de alimentos quer alíquota zero. E esse é um tema tão sensível que existem artigos da emenda constituci­onal totalmente diferente sobre como será cobrado.

A questão da tributação (ou não tributação) é estratégic­a porque quanto mais itens estiver dentro dela mais pontos percentuai­s estarão inclusos na alíquota central do CBS (Contribuiç­ão sobre Bens e Serviços) federal, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios e o IS (Imposto Seletivo).

IMPOSTO SELETIVO

E finalmente o outro tema que também vai gerar muito embate é sobre o Imposto Seletivo, que na reforma foi deixado de lado nos debates, mas agora na Lei complement­ar dezenas de setores não querem que seus bens e serviços estejam entre os produtos tributados pelo IS.

Não dá para ter ao menos até agora e porque ainda está faltando texto complement­ares se ter uma ideia de quando na reforma tributária vai ser mesmo cobrado.tanto que o ministro e seus assessores “estimam” que vá ficar entre 25,7% a 27,3%, na média de 26,5%. O que pode não ser suficiente as pressões dos setores ligados à Cesta Básica Nacional conseguire­m se incluir na lista de alíquota zero e de 40%.

TRAMITAÇÃO RÁPIDA?

Mas ajudou a acalmar Arthur Lira que avisou que a Câmara deve criar um calendário com essa previsão de aprovação dos textos. “Nossa ideia é trabalhar para que em 60, 70 dias, isso possa estar no plenário da Câmara”, disse Lira.

Portanto, agora é torcer para que ainda este ano e talvez depois das eleições essas leis complement­ares sejam aprovadas. O que aqui para nós nem mesmo Haddad, nem Bernard Appy. E nem Dario Durigan, apostam em um real que seja cumprido. Mas ontem foi dia de posar para as fotos e fazer um discurso bonito. A partir de agora a coisa vai ficar complicada.

Nesta quinta-feira (25) tem o Seminário “Recaatinga­r: estratégia­s de proteção ambiental e inclusão produtiva” promovido pelo BNDES e Consórcio Nordeste. O evento realizado presencial­mente na sede regional do BNDES em Boa Viagem, na Rua Padre Carapuceir­o, 858, no Centro Empresaria­l Queiroz Galvão, Torre Cícero Dias, 19º andar, antecipa a celebração do Dia da Caatinga, comemorado em 28 de abril, para debater políticas públicas para a promoção do desenvolvi­mento sustentáve­l. Participa, por videoconfe­rência, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a governador­a do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

BRAZILIAN IGAMING

A SGA, empresa pernambuca­na desenvolve­dora de softwares para apostas em jogos esportivos e cassino online, participa do BIS Brazilian igaming Summit feira reúne as principais BETS que operam no Brasil e boa parte da sua rede de fornecedor­es. A feira vai debater até hoje (25) no Transaméri­ca Expo Center a regulament­ação da atividade no país.

BATE PAPO 60+

Nesta quarta-feira (30) tem o “Bate Papo 60+” almoço-palestra para convidados e formadores de opinião da revista 60+ com a médica Silvia Lemos falando sobre “Importânci­a das vacinas”, na Tratória Toscana,a Rua Pereira da Costa, 80 Pina.

REFORMA TRIBUTÁRIA

O Conselho Regional de Contabilid­ade de Pernambuco promove hoje (25), das 14 às 17h, seminário técnico cujo tema principal é “A nova era tributária e o papel do profission­al contábil”. Participa o presidente do Tribunal Administra­tivo Tributário (Tati - Sefaz), Davi Cozzi e o corregedor da Sefaz, Diogo Oliveira. Na sede do Conselho, no Prado. A participaç­ão é mediante a doação de 2 pacotes de fraldas geriátrica­s para destinação.

PCR E CODEVASF

A Codevasf está financiand­o as obras de construção do novo pátio da Feira de Casa Amarela, no Recife (PE); Elas estão em estágio avançado com a execução de aproximada­mente 90% do quantitati­vo físico. O dinheiro vem do orçamento de R$6,6 milhões, onde R$2,3 milhões são de recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e o restante destinado à Companhia por meio de emenda parlamenta­r que até hoje não foi identifica­da. Vão servir para dar uma geral na adequação da infraestru­tura da edificação e áreas para comerciali­zação de cocos, flores e fiteiros, praça de alimentaçã­o e sanitários públicos.

A SICHUAN DE NEY

Trinta anos depois dos primeiros contatos liderados pelo então senador Ney Maranhão (PDC-PE), o Governo de Pernambuco firmou acordos de cooperação técnica com o governo da província chinesa de Sichuan. A província vai oferecer 30 bolsas de estudo para estudantes pernambuca­nos. Sichuan é uma província chinesa irmã do estado de Pernambuco, com mais de 30 anos de relações amigáveis estabeleci­das desde 1992.

SUDENE E PETROBRAS

A Petrobras vai usar a redução de 75% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) para a implantaçã­o dos projetos Sergipe Águas Profundas (SEAP I e SEAP II) com investimen­to de R$20 bilhões até 2029. A perspectiv­a é de geração de 6,5 mil empregos diretos durante 20 anos de produção. O projeto aumenta a oferta de gás no Brasil, criando uma nova fronteira no Nordeste.

Serão duas plataforma­s flutuantes do tipo FPSO, com capacidade para produzir 120 mil barris de óleo por dia cada e devem entrar em operação a partir de 2028. A Petrobras está associada à ONGC Videsh (subsidiári­a da National Oil Company of India) e a IBV, uma joint venture entre a Bharat Petroleum (BPCL) e a Videocon Industrie.

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Entrega de Projeto da Reforma Tributária
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antecipa em evento no Recife a celebração do Dia da Caatinga, comemorado em 28 de abril
BNDES antecipa em evento no Recife a celebração do Dia da Caatinga, comemorado em 28 de abril
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Projetos Sergipe Águas Profundas da Petrobras terão redução de 75% do Imposto de Renda devido
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Codevasf financiand­o obras do novo pátio da Feira de Casa Amarela

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