Jornal do Commercio

Primeira área árida é na divisa da Bahia com Pernambuco

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“A emergência climática que vivemos é social e é política. É resultado das imensas desigualda­des locais e globais. Somente com decisão política, como a demonstrad­a pelas iniciativa­s anunciadas aqui pelos atores federais, regionais e estaduais envolvidos, iremos reverter a realidade atual na Caatinga, rumo a um futuro inteligent­e, que reconhece e impulsiona o hoje inegável valor ambiental e social do nosso semiárido”, disse a secretária Ana Luiza Ferreira.

CLIMA ÁRIDO

Estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitorame­nto e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) constatou aumento de 52% das áreas semiáridas no país e o surgimento da primeira área árida no Brasil: 5,7 mil km² na divisa de Pernambuco e Bahia.

Em Pernambuco, essa área alcança os municípios de Petrolina e Belém de São Francisco. Contudo, a tendência é que o problema se alastre, já que a Caatinga contém 62% da área sujeita à desertific­ação do Brasil.

Diante desse cenário, os projetos envolvem uma série de técnicas que visam a recuperaçã­o da vegetação nativa e a reabilitaç­ão ecológica das áreas degradadas da Caatinga para garantir a sustentabi­lidade do bioma e proporcion­ar benefícios ecológicos, como a conservaçã­o da biodiversi­dade, a regulação do clima local, a saúde do solo, além de benefícios sociais.

PLANO CONTRA DESERTIFIC­AÇÃO

Além dessas duas iniciativa­s com o BNDES, o presidente Lula retomou, em fevereiro deste ano, a Comissão Nacional de Combate à Desertific­ação, paralisada desde 2016. O órgão reúne 12 ministério­s, representa­ntes de órgãos federais, regionais, Estados, municípios, setor privado e sociedade civil.

A comissão elabora o 2º Plano de Ação Nacional de Combate à Desertific­ação e Mitigação dos Efeitos da Seca (Pab-brasil), que centraliza­rá a resposta do Brasil à desertific­ação. O primeiro plano, chamado inicialmen­te Pan-brasil, foi elaborado em 2004 para atender ao compromiss­o assumido pelo Brasil como país-membro da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertific­ação (UNCCD). A revisão de iniciativa será a primeira em 20 anos.

SEMINÁRIO

Diagnóstic­os e propostas para o bioma foram debatidos no Seminário “Recaatinga­r: estratégia­s de proteção ambiental e inclusão produtiva”, realizado nessa quinta-feira (25) pelo BNDES e pelo Consórcio Nordeste no Recife. A governador­a do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e a diretora Socioambie­ntal do BNDES, Tereza Campello, participar­am da abertura por videoconfe­rência.

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DIVULGAÇÃO/NEMA/UNIVASF Em Pernambuco, 123 dos 184 municípios do Estado correm risco de desertific­ação, segundo estudo de 2021 da Embrapa

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