Jornal do Commercio

Exército promete excluir difamações nas redes sociais e alertar autoridade­s

Medida se dá após comandante do Exército ser alvo de enxurrada de críticas ao dar resposta ao deputado Marcel Van Hattem

- JAMILDO MELO

Uma semana depois de o comandante do Exército ter sido alvo de enxurrada de críticas ao dar resposta ao deputado Marcel Van Hattem, na Câmara dos Deputados, o Exército decidiu moderar os comentário­s recebidos em suas redes sociais, podendo excluir conteúdos ofensivos, bloquear usuários e até alertar as autoridade­s competente­s caso sejam desrespeit­adas.

A polêmica começou na semana passada, quando o comandante do Exército, Tomás Paiva, defendeu na Câmara dos Deputados a postura do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era comandante militar do Planalto, na época dos ataques golpistas de 8 de janeiro.

O general afirmou que Dutra cumpriu ordens e que ele evitou que se fosse “derramado sangue” naquela noite.

Tomas Paiva acompanhou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, para apresentar as prioridade­s do ministro para 2024. Tomás Paiva e Múcio também estavam acompanhad­os dos comandante­s da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutic­a, Marcelo Kanitz Damansceno.

Em depoimento à CPI do 8 de Janeiro, Dutra afirmou que não houve omissão por parte do Comando Militar do Planalto em retirar os manifestan­tes acampados no Quartel-general do Exército na véspera dos atos golpistas de 8 de janeiro.

POSICIONAM­ENTO DOS MILITARES

O general tocou no assunto quando respondia a questionam­entos do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-rs), mas a crítica a postura do general Dutra havia sido feita anteriorme­nte, pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). O parlamenta­r afirmou que tinha “vergonha” do general que à época dos ataques golpistas chefiava o Comando Militar do Planalto:

Ao se direcionar a Marcel Van Hattem, Tomás Paiva afirmou que tinha eles tinham “vergonhas diferentes” e que a dele, como comandante do Exército, era a de não cumprir a ética militar. Tabém citou que teria “vergonha” de buscar popularida­de não cumprindo a lei.

“A gente tem vergonhas diferentes. A minha vergonha, por exemplo, é alguém que não cumpre a ética militar. Eu estou aqui de cara lavada para falar com o senhor que a ética militar, eu nunca falei uma mentira para minha tropa, meus soldados “afirmou Tomás Paiva.

“Teria vergonha, de buscando popularida­de, não cumprir lei, isso eu teria vergonha. Mesmo sendo impopular, a gente vai fazer o que é o correto. O certo pelo certo. E eu tenho tranquilid­ade de olhar para minha tropa nos olhos e achar que estou fazendo isso o tempo todo”.

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CAROLINA ANTUNES Comandante do Exército, general Tomás Paiva

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