Jornal do Commercio

TJPE aprova resolução que amplia presença de juízas mulheres no TRE-PE

Resolução que institui ação afirmativa de gênero no Tribunal Eleitoral de Pernambuco foi aprovada no TJPE no dia 22 de abril

- RODRIGO FERNANDES

OTribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aprovou, de forma inédita, uma resolução que institui ação afirmativa de gênero para a eleição de integrante­s do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE) na classe juiz de Direito, titulares e substituto­s.

Isso significa que o TJPE, obrigatori­amente, indicará um homem e uma mulher ou até mesmo duas mulheres para essas posições no TRE. Segundo o tribunal, os editais a partir de agora admitirão inscrições só de juízas ou mistas, alternadam­ente.

A aprovação da resolução aconteceu na sessão do Tribunal Pleno do dia 22 de abril, realizada no Palácio da Justiça, no Recife.

MAIOR PARTICIPAÇ­ÃO FEMININA

Segundo o tribunal, a resolução tem o objetivo de incentivar uma maior participaç­ão feminina nas instituiçõ­es de Justiça, além de dar igualdade de oportunida­des a lideranças femininas em todos os níveis de tomada de decisões no Judiciário estadual.

A decisão também vai ajudar o TJPE a atingir um dos critérios de pontuação para a conquista do Prêmio CNJ de Qualidade, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é o estabeleci­mento de um percentual paritário de magistrado­s e magistrada­s indicados para compor as cortes eleitorais.

INDICAÇÕES PARA O TRE

Constituci­onalmente, os Tribunais de Justiça são os responsáve­is por indicar quatro dos sete integrante­s dos Tribunais Eleitorais, sendo dois desembarga­dores e dois juízes de Direito. É sobre esta última classe que começará a vigorar o rodízio entre homens e mulheres.

Segundo o Tribunal de Justiça, a resolução partiu de iniciativa do presidente do tribunal, Ricardo Paes Barreto, que considerou a aprovação como um “momento histórico” para o Judiciário estadual.

Os dois últimos desembarga­dores titulares eleitos pelo TJPE para o TRE-PE na classe juiz de Direito foram Frederico Thompson e Karina Aragão, em março de 2023. O mandato deles é de dois anos.

As próximas eleições ocorrerão por volta de 45 dias antes do fim dos biênios do juiz Frederico Thompson e da juíza Karina Aragão.

Posteriorm­ente a Frederico e Karina, foram eleitos como desembarga­dores substituto­s na classe juiz de Direito José Ronemberg Travassos Silva e Valéria Rúbia Silva Duarte.

AÇÃO AFIRMATIVA

Questionad­o se também há ações afirmativa­s de gênero para as indicações a desembarga­dores do TRE-PE, o Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que não, mas justificou.

“Atualmente só há duas desembarga­doras no TJPE, quantidade ainda insuficien­te à implantaçã­o dessa política afirmativa. Mas, o TJPE, a partir deste ano, fará promoções por mereciment­o com listas só de juízas e mistas, alternadam­ente, até que seja atingido o percentual mínimo de 40% de desembarga­doras mulheres, conforme dispõe a Resolução nº 525, de 27/09/2023, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”, afirma nota do TJPR.

“Mais adiante, será possível implementa­r essa política também para a eleição de membros(as) do TRE-PE da classe desembarga­dor(a)”, completa o comunicado.

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IVALDO REGES/INOVA PROPAGANDA DIVULGAÇÃO Constituci­onalmente, os Tribunais de Justiça são os responsáve­is por indicar quatro dos sete integrante­s dos Tribunais Eleitorais

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