Jornal do Commercio

Mudança no projeto de extinção das faixas salariais dos militares avança na Alepe

Comissão de Constituiç­ão, Legislação e Justiça aprovou, ontem, substituti­vo que antecipa o fim das faixas para junho de 2025, um ano antes do tempo proposto pelo governo Raquel Lyra

- RAPHAEL GUERRA

Por maioria de votos, a Comissão de Constituiç­ão, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativ­a de Pernambuco (Alepe) aprovou, em reunião extraordin­ária ontem,o substituti­vo que muda o projeto de lei complement­ar nº 1671/2024, que extingueas­faix assalariai­s dos policiais e bombeiros militares.

A emenda analisada já havia sido aprovada, na semana passada, pela Comissão de Segurança Pública e Defesa Social, por isso retornou à CCLJ. O substituti­vo, de autoria da deputada estadual Gleide Ângelo (PSB) prevê que o fim das faixas aconteça em junho de 2025, um ano antes do que propõe o governo Raquel Lyra.

Na reunião da CCLJ, a relatora, Débora Almeida (PSDB), apresentou parecer contrário ao substituti­vo. E reforçou que a antecipaçã­o do fim das faixas para junho de 2025, como prevê a emenda, terá um impacto financeiro der $218 milhões.

A maioria dos deputados da comissão, porém, foi contrária ao parecer de Débora Almeida, resultando em uma nova derrota ao governo Raquel Lyra.

Votaram contra o parecer, e a favor do substituti­vo, os deputados Sileno Guedes (PSB), Coronel Alberto Feitosa (PL), Rodrigo Farias (PSB), Romero Albuquerqu­e (PP) e Waldemar Borges (PSB).

Votaram a favor da rejeição do substituti­vo os deputados Débora Almeida (relatora), Luciano Duque (SD) e Joaquim Lira (PV).

O substituti­vo és e mel han te ao apresentad­o pelo deputado Diogo Moraes( PS B) quando o projeto foi votado na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação. Porém,na ocasião, a emenda foi rejeitada. A ideia é manter a extinção da faixa “A” em junho de 2024. E, já no ano seguinte, encerrar as restantes.

Após a votação, em frente à sede da Alepe, militares comemorara­m o avanço da emenda ao projeto de lei.

Na reunião de monitorame­nto do Juntos Pela Segurança, realizada na noite desta segunda-feira, a governador­a Raquel Lyra explicou que a eliminação das faixas até 2026 foi estruturad­a no limite orçamentár­io que o Estados e compromete em cada ano, sob pena de ultrapassa­r as condições fiscais para dar o aumento que está sendo previsto para as categorias.

“Agente tem investido, somente nesse projeto, R $1,8 bilhão, já garantido. Esse dinheiro não está depositado em conta, vai acontecer ano a ano. Portanto, o que tenho faladoé que agente precisa garantir que o texto original possa voltara permitir que seja exequível o projeto de lei e, comisso, agente garanta a reestrutur­ação da carreira e o aumento que está sendo projetado no próximo triênio, incluindo este ano, para as categorias”, afirmou a gestora.

PRÓXIMAS ETAPAS

O projeto vai passar novamente pelas Comissões de Finanças e Administra­ção Pública da Alepe, hoje. Depois seguirá para votação no plenário, onde será preciso o voto favorável de, no mínimo, 25 dos 49 deputados.

Desde 2017, há cinco faixas salariais para os praças da PM e dos bombeiros em Pernambuco. Ano a ano, esses valores sofrem o reajuste. Um soldado, por exemplo, recebe inicialmen­te R$ 3.419,88 de salário. Se ele atingir o topo, o valor poderá chegar a R$ 4.947.

PROJETO DO GOVERNO

O projeto de lei apresentad­o pelo governo de Pernambuco prevê a extinção da faixa “A” em junho deste ano. Já a faixa “B” será em junho de 2025. E, finalmente, em junho de 2026, as demais faixas, inclusive possibilit­ando reajustes salariais variados.

Segundo o governo estadual, no primeiro ano o impacto financeiro será de R$ 97,3 milhões. Já em 2025, será de R$ 293,4 milhões. Por fim, em 2026, será de R$ 610,4 milhões.

O projeto ainda prevê os aumentos salariais de 3,5% neste ano, 3,5% em 2025 e mais 3% em 2026.

Os militares desejam que todas as faixas sejam extintas ainda em 2024, mas a gestão estadual alega que não há orçamento disponível.

CATEGORIA COMEMORA AVANÇO DE EMENDA

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS/PE), Luiz Torres, acompanhou a reunião da CCLJ. Ele frisou que a entidade representa­tiva da classe foi a única que esteve presente em todas as discussões sobre o tema.

“Ganhamos. Ganharam os policiais e bombeiros militares, ganhou o diálogo. Desde o início, a ACS procurou cada deputado, deputada que compõem as comissões, entregando os ofícios em busca do melhor para nossa classe. É uma vitória importante, mas amanhã estaremos aqui na Alepe novamente, na reunião da Comissão de Finanças, defendendo cada irmão e irmã que estão na rua, defendendo a sociedade”, declarou.

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ALISSA FARIAS/CORTESIA Em frente à sede da Alepe, militares comemorara­m aprovação da emenda que antecipa fim das faixas salariais

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