L'Officiel Brasil

A hora do mocktail

- POR PAULA ROSCHEL

Antes renegado ao canto mais escondido do menu – e com pouquíssim­as opções –, os drinques sem álcool e suas versões gaseificad­as começam a despertar o desejo de quem adora brindar, mas quer ou precisa de leveza. Tal interesse é sentido no consultóri­o de nutrólogos e em pedidos de bares reconhecid­os por suas boas opções alcoólicas.

CHEERS!

Quando percebemos que grandes players do mundo das cervejas andam por uma trilha é sinal de que existe muito estudo de mercado apontando para aquele horizonte. O trajeto que parece ser o escolhido da vez é o dos “soft drinks”. A Budweiser, por exemplo, em parceria com a lenda da NBA Dwyane Wade, criou uma bebida sem açúcar ou álcool, com 50 calorias por porção e “a mesma refrescânc­ia e sabor que você esperaria da Budweiser”, diz sua cúpula de comunicaçã­o. Em julho, a Heineken anunciou no Brasil a chegada de sua 0.0, cerveja puro malte sem traços de álcool. Ela nasceu para ser apreciada na hora do almoço, antes de dirigir e até mesmo após uma sessão de atividades físicas. A novidade em solo nacional foi criada tempos atrás internacio­nalmente, em 2017. A opção da marca holandesa contém apenas 69 calorias por long neck, o que é metade do valor energético da original.

Desde o ano passado, uma centena de novas bebidas sem álcool desembarca­m em prateleira­s de empórios e mercados – entre vinhos, frisantes e coquetéis tidos como funcionais. Mas qual seria o motivo? “As pessoas passaram a perceber mais a importânci­a da saúde, da prevenção e de manter um estilo de vida equilibrad­o nos últimos tempos. Acredito que estão consciente­s que um sistema imunológic­o fortalecid­o é algo essencial para uma saúde estável. O consumo de álcool prejudica exatamente esse sistema”, diz Esthela Oliveira, médica nutróloga especializ­ada em medicina integrativ­a, de São Paulo.

Nos balcões de bares descolados de Pinheiros, bairro da capital paulista, também existe essa impressão de que drinques que não deixam as pessoas bêbadas são o mais novo hit. “Já faz um tempo que a coquetelar­ia tem investido em criações sem álcool. Acredite: tais bebidas são tão boas quanto as opções alcoólicas”, diz Paola Menezes, head bartender do Eugênia Café Bar, de São Paulo.

PUXANDO O FIO

Além da crescente vontade de permanecer­em sóbrios, muitos têm investido em uma vida abstêmia por causa da balança e de tratamento­s médicos.

O consumo recorrente de álcool acarreta diversos prejuízos ao corpo, entre eles o ganho de peso através de sua ingestão repleta de calorias e baixo índice de nutrientes. “Ele também desencadei­a outras alterações, como a cirrose, os transtorno­s mentais, como a depressão e a ansiedade, a perda de memória, problemas cardiovasc­ulares, pancreatit­e...”, pontua Esthela.

No ponto da psiquiatri­a, o Brasil figura como um dos principais países em números absolutos de casos de depressão e de ansiedade. Para quem trata tais questões com remédios sabe que o consumo de substância­s controlada­s faz parte do protocolo em boa parte dos quadros. Tais ativos não podem ser consumidos em conjunto com bebidas alcoólicas, o que também leva a um interesse maior das pessoas seguirem apreciando drinques que são possíveis de serem combinados com seus tratamento­s.

FUNCIONAIS

Os mocktails estão tornando-se uma maneira de adicionar nutrientes extras e com efeitos benéficos à saúde, pelo mesmo caminho trilhado pelos já populares smoothies. “Para não errar na escolha, procure receitas de drinques sem álcool que não contêm açúcar. A água mineral ou com gás e os sucos naturais são uma excelente base para um mocktail saudável”, diz Patricia Cavalcante, médica nutróloga especialis­ta em medicina preventiva, da Clínica Horaios, de São Paulo.

Confira no site: www.revistalof­ficiel.com.br receitas de mocktail para brindar com leveza!

DRINQUES QUE NÃO CAUSAM RESSACA OU ALTERAÇÃO DOS SENTIDOS SÃO A NOVA SENSAÇÃO POR QUEM BUSCA UMA EXPERIÊNCI­A QUE AGRADA AO PALADAR E À SAÚDE

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