L'Officiel Brasil

Home, sweet home

Layla Monteiro mostra que, depois de quase um ano de distanciam­ento social, ficar em casa ganha outra dimensão. Afinal, um pouco de glamour vale a pena.

- Fotos Rogério Cavalcanti Edição de moda João Paulo Durão Texto Karina Hollo

Em janeiro, parou suas viagens e tours por shoppings para encarar um tratamento de esclerose múltipla. Dois meses mais tarde, com a imunidade fragilizad­a, continuou presa em casa por conta da pandemia. “Foi um baque. Fiquei pensando em como iria fazer para me reinventar. Isso foi realmente muito difícil e diferente de tudo o que eu já tinha vivido.” A saída foi mostrar seu lado mais família – e se reconectar muito mais com ela. Layla Monteiro fez vídeos mostrando como ter um closet inteligent­e, em linha com o consumo sustentáve­l, e trouxe conselhos para mulheres de várias idades – desde as adolescent­es até as amigas da mãe. E garante: precisamos ver a moda com outros olhos.

Como o ano de 2020 transformo­u a moda? LAYLA MONTEIRO

No ano passado, lancei o desafio Fique em Casa, com algumas tarefas: criar um look comfy com t-shirt, um look com tricô e outro mais arrumado, para externaliz­ar a vontade de voltar para a rua, sair com os amigos. Acho que todas tivemos de mostrar essas três versões de nós mesmas. Ainda que fiquemos em casa, dá para ter estilo. O que deixa uma mulher bonita é a segurança que ela carrega. Aí, você pode chegar a qualquer lugar com a roupa mais básica e vai estar linda.

Há pouco tempo, você contou que foi diagnostic­ada com esclerose múltipla. Por que tomou a decisão de falar sobre a questão? LM

Foi uma decisão difícil, precisei de um tempo para tomá-la. Minha família foi resistente, no início, com receio de preconceit­o e comentário­s negativos. Fiquei um mês fora das redes sociais, e as pessoas especulava­m se eu tinha feito plástica, se estava grávida, se havia me separado. E eu estava triste e ansiosa por estar escondendo uma notícia tão importante para mim. Assim que divulguei o vídeo contando tudo, um peso saiu de minhas costas. E recebi mais de 5 mil comentário­s. Sabia que a notícia iria ajudar muitas pessoas, derrubar o preconceit­o e o estigma que a doença carrega. A medicina evoluiu muito, existem vários tratamento­s.

Como a doença vem impactando sua rotina? LM

Fiz o tratamento pouco antes de a pandemia estourar. Como minha imunidade ficou fragilizad­a, eu já estava em isolamento desde janeiro. E continuei por mais seis meses. Fiquei ansiosa, angustiada, tive compulsão alimentar. Mas aos poucos fui mudando esses hábitos. Procurei uma nutricioni­sta especializ­ada em doenças autoimunes e hoje sei que o estresse é um fator determinan­te, que pode me fazer mal. Precisei desacelera­r, colocar as prioridade­s em ordem. Hoje seleciono mais meus trabalhos; minha saúde vem em primeiro lugar. Dormir bem, comer de maneira saudável, ser positiva e ter uma vida mais tranquila faz toda a diferença. Até o cabelo e a pele mudaram. Vou poder voltar a viajar, ter filhos. A doença não vai me privar de nada se eu me cuidar.

Sempre teve uma boa relação com o próprio corpo? LM

Nós, mulheres, somos muito exigentes, mas sempre aceitei meus defeitos e tive autoestima alta. Se eu não me acho bonita, quem vai me achar? Falo da importânci­a de se valorizar, de ser segura, de não se preocupar com detalhes como celulite, perna grossa... Esse é meu biótipo, e não sou escrava do meu corpo. Chega dessa busca pela perfeição. Tem gente que critica minha testa, sugere uma franja... Cada pessoa tem uma beleza diferente. É preciso enxergar a sua. Há dois anos não faço toxina botulínica, mostro a testa enrugada, engordo um pouco depois das viagens... E vida que segue.

Como você vê o mundo pós-pandemia? LM

Acho que as pessoas vão passar a dar valor aos detalhes, aos momentos em família, aos abraços, aos mais velhos, às reuniões que não pudemos ter nesse ano que passou. Vamos ter mais empatia e cuidado com o outro, investir num consumo mais consciente. Acredito que vamos ligar menos para os bens materiais e valorizar cada momento da vida, com saúde.

A PAIXÃO fashionist­a consegue SOBREVIVER A QUASE 12 meses de ISOLAMENTO SOCIAL? De acordo com LAYLA MONTEIRO, SIM. ELA, QUE há nove anos divide INFORMAÇÕE­S DE MODA com seus MAIS DE 903 MIL SEGUIDORES no Instagram, sofreu UM DUPLO impacto no COMEÇO DE 2020.

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À ESQUERDA, TOP E SAIA LAFORT; BRINCOS, COLARES, PULSEIRAS E ANÉIS ANA KARINA SIMON; SAPATO AQUAZZURA. NA PÁGINA ANTERIOR, VESTIDO VOIR; BRINCOS E ANEL ANA KARINA SIMON; SANDÁLIA AQUAZZURA
FULL LOOK PUCCI; BRINCOS, ANÉIS E PULSEIRAS BULGARI. À ESQUERDA, TOP E SAIA LAFORT; BRINCOS, COLARES, PULSEIRAS E ANÉIS ANA KARINA SIMON; SAPATO AQUAZZURA. NA PÁGINA ANTERIOR, VESTIDO VOIR; BRINCOS E ANEL ANA KARINA SIMON; SANDÁLIA AQUAZZURA
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BLAZER E CAMISA INES DE LA FRESSANGE; BRINCOS E ANÉIS ANA ROCHA E APPOLINARI­O. À DIREITA, FULL LOOK DOLCE & GABBANA; BRINCOS, ANÉIS, PULSEIRAS E RELÓGIO BULGARI
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