ROBERTA SUDBRACK, chef
Roberta Sudbrack não tem como dizer que sua vida é monótona. A chef já assinou a gastronomia do Palácio Presidencial durante o governo FHC e da delegação brasileira nas Olimpíadas de Londres, lutou com unhas e dentes – e venceu – uma guerra pela liberdade de circulação dos produtos artesanais brasileiros, foi eleita a melhor chef da América Latina e seu restaurante, o Sud, o pássaro verde, um dos 100 melhores do mundo e o décimo melhor da América Latina. O segredo do sucesso? “Minha cozinha é muito visceral. Ela tem uma ligação profunda com tudo o que penso, acredito e sinto. Os prêmios nunca me moveram, e ainda assim foram muitos. Eles, obviamente, têm um significado importante, porque demonstram quão profunda sempre foi minha união com meu trabalho”, diz Roberta. Ao longo da carreira, após chegar a um nível de excelência elevado, ela deu um passo inusitado: resolveu deixar um pouco de lado os detalhes do fine dining para focar em uma culinária mais enxuta. “A alta gastronomia foi, por muitos anos, a maneira com a qual expressei uma cozinha que está muito conectada com minhas raízes brasileiras. Em certo momento, achei que esse modelo estava me sufocando. Optei por encerrar o capítulo e iniciar outro. Preciso sentir sempre aquele frio na barriga. Eu preciso mudar”, revela.