A VEZ DO EMPÓRIO
Entre tantas adaptações, desde março de 2020, uma das mais intensas foi a relação que temos com a comida.
Cortamos o almoço com colegas de trabalho ou jantares com amigos. Entrou em cena o preparo em casa, para apreciar sozinho ou com poucos e bons. Com esse movimento do “faça você mesmo” e também a diminuição das viagens internacionais, por causa do fechamento de fronteiras, passamos a valorizar o gostinho de boas lembranças, para ultrapassar, mesmo que só em pensamento e paladar, as barreiras impostas. Nada melhor do que empórios recheados de texturas, cores e sabores para nos ajudar na investida
– e eles florescem em São Paulo. Conversamos com Dudu Pereira, sócio do restaurante e agora empório Zena, nos Jardins, em São Paulo, sobre o movimento.
Como foi a concepção e abertura do
L’OFFICIEL
Zena (restaurante)?
Sempre fomos grandes apreciadores da Itália e de
DUDU PEREIRA
sua riqueza cultural. Na época, em meados de 2007, quando estávamos testando receitas e pensando na identidade do local, concluímos que o empreendimento seria informal.
Ele também homenagearia a Ligúria (Zena significa Gênova, capital dessa região). Esse é um destino rico em temperos, receitas com frutos do mar, focaccias e onde se faz o famoso “pesto genovês”, prato que se tornaria um dos clássicos da casa. Queríamos, portanto, abrir um restaurante mais regional e não mais um italiano comum.
Agora vocês entram em uma nova etapa, com
L’O
um empório?
Esse projeto sempre esteve em nosso planejamento. Temos
DP
diversos itens em nosso cardápio que podem ser finalizados em casa e “viajam” bem para diversos destinos.
Essa vertente dos empórios é tendência?
L’O
Sem dúvida. A experiência de você levar para casa um
DP
pouco daquele destino que visitou, por meio de ingredientes culinários, abre portas para que formatos assim conquistem o público.
Vocês também têm um vinho da casa, fabricado na Itália.
L’O
O que despertou o interesse em produzir uma bebida em outro país e como a adaptou aos pratos do menu?
Sempre estamos à procura de produtos exclusivos e que
DP
o público poderá consumir somente no Zena. Poder oferecer um vinho de excelência da casa, produzido por uma vinícola pequena e muito séria, com a qual participamos diretamente de colheita, logística, design do rótulo e tudo mais até chegar na mesa do cliente, mostra quanto podemos entregar de uma experiência diferenciada a nossos clientes, da Itália a São Paulo. E, no caso de nosso vinho Zena Rosso, de uva 100% barbera, a harmonização com os pratos do menu é maravilhosa. Vale provar.
Quais são os pontos altos do menu atual do Zena?
L’O
O gnocchi é nosso carro-chefe desde quase a abertura,
DP
que inclusive é reconhecido como o melhor de São Paulo, tendo sido diversas vezes premiado. Temos no menu uma sessão dedicada só para ele, com várias versões que fomos elaborando ao longo desses 12 anos. Gostamos também de trazer novidades. Um exemplo disso é o carpaccio com il polpo, que lançamos no ano passado em um menu especial para a primavera, mas que segue ativo.
Sobre delivery, como vocês estão trabalhando com
L’O
entregas? Isso foi desafiador em um período tão atípico para os restaurantes – no Brasil e no mundo?
Já utilizamos essa ferramenta de trabalho há, pelo
DP
menos, oito anos. Serviu para que nos atentássemos ainda mais à apresentação de nossas embalagens, ao tempo de entrega ao cliente, aos itens que melhor viajam e às parcerias com outras empresas junto a nosso delivery. É de fato uma fatia representativa do faturamento que merece cuidado e atenção contínuos.