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QUESTÃO ESSENCIAL

Manuela Henriques foi buscar no Quadrivium, sabedoria que ajuda a entender a ordem do Universo, inspiração para a nova coleção.

- Por SILVANA HOLZMEISTE­R

Influencia­dos por Pitágoras, os gregos entendiam que por meio dos números era possível estudar tudo o que existe na natureza e a ordem do Universo. E, para isso, usavam aritmética, geometria, música e astronomia, quatro formas básicas conhecidas como Quadrivium. Complexo e simples ao mesmo tempo, virou inspiração e nome da coleção que Manuela Henriques lança neste mês. Acostumada a materializ­ar o abstrato em formas geométrica­s e orgânicas e a pesquisar a fundo os temas escolhidos, ela conta que está fascinada pelo conceito. “É como transforma­r a aridez da matemática em poesia”, compara.

Com esses saberes, explica a joalheira,

Platão acreditava ser possível alcançar as virtudes simultânea­s de verdade, beleza e bondade. “Teoricamen­te, isso nos leva ao valor essencial e harmonioso da totalidade”, acrescenta. Foi juntando tudo isso que ela chegou às 14 joias que formam a primeira parte da coleção. Os brincos, braceletes, colares e anéis foram cuidadosam­ente desenhados com base na geometria plana e espacial com a presença de círculos, quadrados, volumes, ângulos e esferas. A outra parte, que fará referência à música e à astronomia, está programada para o segundo semestre.

“Tudo foi estudado e criado de maneira simbólica. Os círculos representa­m o que transcende, o céu. Já o quadrado se refere ao que é terreno, o mundo material”, diz Manuela. O brinco Duplo, por exemplo, é inspirado no Homem Vitruviano, produzido por Leonardo da Vinci em 1490, que representa a perfeição das proporções e evoca a dialética entre o celeste transcende­nte – o qual o homem aspira – e o terrestre – onde ele se situa no momento. “Nesta coleção, nada acontece por acaso”, frisa ela, que apurou o olhar passando a adolescênc­ia no ateliê de arte da mãe.

A referência a Da Vinci, acrescenta a joalheira, se justifica pelo fato de que o Quadrivium teve grande importânci­a na Idade Média e no Renascimen­to. Do alfabeto italiano do século 16 ela tirou inspiração para a série de pingentes com letras. Ela menciona que ainda adicionou pérolas arroz em peças como o brinco Ada. Mas é a prata 950, com ou sem banho de ouro amarelo 18 quilates, que predomina na coleção. A joalheira aponta que o lançamento da coleção Quadrivium marca um momento especial para a marca, que agora integra o portfólio da Farfetch Brasil e internacio­nal.

Dona quase sempre de um processo “cerebral” de criação, Manuela acredita que joias são formas de expressão e identidade, o que abre o leque para as mais diversas interpreta­ções e releituras. Formada em psicologia, conta que começou fazendo “esculturas de vestir” de maneira despretens­iosa. Foi assim que descobriu seu caminho. E foi estudar: gemologia, ourivesari­a, história da arte e joalheria. “No início, estava mais ligada às formas geométrica­s. Depois, passei pelo orgânico. Hoje, sinto que posso caminhar pelos dois universos. O DNA da marca é o resultado desse todo. Há sempre um convite para interagir com as peças e criar formas próprias de usá-las, imprimindo identidade.”

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 ??  ?? Pulseira Aro de prata 950, R$ 1.120; pulseira de prata com banho de ouro amarelo, R$ 1.450 PÁGINA AO LADO – Brincos Ada de prata com banho de ouro amarelo e minipérola­s barrocas, R$ 1.280
Pulseira Aro de prata 950, R$ 1.120; pulseira de prata com banho de ouro amarelo, R$ 1.450 PÁGINA AO LADO – Brincos Ada de prata com banho de ouro amarelo e minipérola­s barrocas, R$ 1.280

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