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ETERNA REBELDE

Ex-líder da banda cult , ,2 1 e uma das poster girls mais excitantes dos anos 1990 e 2000, Gwen Stefani está de volta com um novo single, Let me Reintoduce Myself.

- Por VIOLAINE SCHÜTZ

Com a volta dos anos 1990, a imagem da cantora, um verdadeiro clichê daquela época, é sempre repostada no Instagram. Crop top, cabelos platinados, calças baggy, prendedore­s de cabelo... Aos 51 anos, Gwen Stefani vê suas aventuras estilístic­as do passado voltarem com força nas redes sociais e nas ruas. Ela não é somente uma pin-up punk. Com o grupo No Doubt, impôs-se no cenário do rock dos anos 1990, antes de se tornar uma pop star-solo, colaborand­o com Dr. Dre, Pharrell Williams e Prince. Seu carisma e sua música influencia­ram desde então Rihanna, Katy Perry, Ariana Grande, Dua Lipa (que, aliás, convidou Gwen para participar de seu álbum de remixes).

L’OFFICIEL GWEN STEFANI De Esse onde trabalho veio a ideia fala desse da minha novo inseguranç­a, single? como sempre (risos), com autodeprec­iação. Evoca o fato de escrever uma nova música enquanto me sentia na defensiva, de me reapresent­ar aos outros. Foi um momento contraditó­rio. Disse para mim mesma: “Mas por que ficar na defensiva se sou a mesma de sempre?”. Não estou morta (risos). Mostro, então, quem sou.

L’O Voltar ao reggae-ska que você fazia com o No Doubt está ligado ao período difícil atual, que convida à reflexão?

GS O último álbum que gravei, This Is What the Truth Feels Like, correspond­e a um momento em que estava magoada [Gwen havia se divorciado de Gavin Rossdale, pai de seus três filhos, cantor da banda Bush]. E depois me apaixonei [por Blake Shelton, estrela do country], o que me transformo­u. Resumindo, foi uma combinação de coisas que me dirigiram ao som desse novo single. Os 25 anos do álbum Tragic Kingdom, do No Doubt, foram levados em consideraç­ão, com certeza. Existe também tudo o que se passa no mundo em torno do #metoo e dos problemas raciais. Já tocávamos nesses assuntos no No Doubt, com a música ska dos anos 1970, que valorizava a união e o antirracis­mo. Tenho um adolescent­e em casa que escuta também muita música. Isso me lembrou de quem eu era aos 14/15 anos e me deu vontade de aprofundar meu trabalho sobre a música que me definiu: o ska e o reggae.

O que você descobriu com suas pesquisas sobre o

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reggae e o ska?

Foi interessan­te porque só conhecia o reggae sob o prisma

GS do ska. Quando eu tinha 13 anos, vivia em uma periferia da Califórnia, em uma família simples e católica. Não conhecia nada do reggae. Por meio das minhas pesquisas, descobri a existência da freira Mary Ignatius Davies, uma mulher branca, católica, nascida nos anos 1920, que morava em Kingston. Ela educava os jovens meninos que seguiam o curso de música do orfanato, que se transformo­u no Alpha Boy’s School. Quando tomei conhecimen­to dessa pessoa, professora desses jovens jamaicanos que iam depois tocar com Bob Marley, senti uma estranha conexão com ela.

Você criou a marca L.A.M.B. O que representa a moda

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em sua vida?

A moda sempre esteve presente na minha vida, desde menina.

GS Quando ia à Disneylând­ia, ficava fascinada com as fantasias, as cores. Minha mãe também era muito estilosa nos anos 1960. E assistia aos velhos filmes hollywoodi­anos, nos quais todo mundo era muito glamouroso.

Quando escreveu Just a Girl com o No Doubt, você se deu

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conta de que era um hino feminista?

Não. Era apenas meu sentimento na época. No início da

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vida, não temos, necessaria­mente, consciênci­a do gênero a que pertencemo­s. Com o passar da idade é que percebemos a força de ser uma garota – e que isso também nos torna vulnerávei­s. Depois Just a Girl virou o nome de meu show em Las Vegas, e, interpreta­ndo a canção em cena, me dei conta de que foi a música mais pertinente que escrevi.

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