Thai Costa
SÃO PAULO
O trabalho de Thais Costa sempre esteve conectado ao passado, com a aparência orgânica remetendo aos primórdios da joalheria e também aos 20 anos dedicados ao campo da biologia molecular. Na nova fase, ela troca os metais em tonalidades sóbrias pelo dourado do latão maciço e os diamantes brutos por pedras coloridas. É uma mudança que começou a ser moldada em 2017, em uma viagem à Índia. De lá, trouxe seus primeiros rubis e safiras, aplicadas em seus famosos anéis Ostra. A evolução desse processo, que culmina agora em anéis e alianças solares, é sua resposta à pandemia. “Vejo, também, uma estética mais feminina”, diz ela, comentando que tem observado uma maior procura pela joia com simbolismo de amuleto. Aliás, ela vem debatendo em grupos filosóficos com colegas de vários países a relação profunda do ser humano com a joalheria, enquanto se prepara para enviar suas criações para exposições em Portugal e na Argentina neste segundo semestre.
RIO DE JANEIRO
“Eu não crio coleções. Meu trabalho é organizado em séries”, conta o designer de joias André Lasmar, que também prefere dar a seu trabalho o status de exclusividade. São peças únicas ou com pouquíssimas reproduções. Também é avesso à assepsia e à perfeição. “Dessas que despistam a presença do ‘humano’ e do processo de execução, apagando qualquer traço de personalidade na obra”, explica. É assim que certa rusticidade salta de seus trabalhos, e mesmo o que poderia ser considerado erro ou ruído se torna singularidade. Antes da joalheria, criou de cenários para teatro a publicidade, mas foi na bancada que conseguiu, de fato, moldar sua criatividade.
Suas joias, atemporais, já chamaram atenção de nomes como
Cauã Reymond, Marisa Monte, Wagner Moura e Laura Neiva.