Um dândi provocador
Movido por uma paixão obsessiva pela estética, Conrado Segreto sempre soube que a moda seria sua carreira, mesmo que tenha ingressado no curso de jornalismo. Audacioso, polêmico e dono de um senso estético apuradíssimo, rapidamente se tornou sinônimo de requinte, inclusive na construção da própria imagem. Era um dândi destemido à altura dos extravagantes anos 1980 e início dos 90. Sua “moda de ateliê” misturava sob medida despojamento e luxo, algo como o encontro perfeito entre alta-costura e prêt-à-porter.
Foi Glória Coelho quem primeiro acreditou em seu talento e o tornou seu assistente. Seu desenho era perfeito. Intuitivamente, como um dom mesmo, dominava proporções, volumes, silhuetas e cores. Tendências não chamavam sua atenção. Por outro lado, os talentos de Balenciaga, Christian Lacroix e Yves Saint Laurent faziam seus olhos brilharem e o guiavam em seu processo criativo. Em sua trajetória meteórica, fez quatro desfiles memoráveis. Em oito anos, construiu uma carreira digna dos grandes nomes que admirava. L’officiel presta homenagem resgatando alguns de seus looks icônicos e atemporais. Conrado Segreto nos deixou em 1992. Sua luz e seu legado continuam nos inspirando. (SH)