Na dobra do mundo
Mostra que reúne arquitetura de Paulo Mendes da Rocha e obras de Amilcar de Castro, no MUBE, evidencia toda a poesia da simplicidade.
De um lado, a construção semissubterrânea de Paulo Mendes da Rocha, arquiteto, urbanista e professor universitário reconhecido internacionalmente, incrustada no bairro do Jardim Europa e inaugurada em 1995, em São Paulo. Por toda parte, esculturas e pinturas “simples, secas e fortes” de Amilcar de Castro, que em 1959 assinou o “Manifesto Neoconcreto” e deu origem ao movimento neoconcreto brasileiro, inspirado na Bauhaus – escola de vanguarda alemã. É esse o cenário da exposição Amilcar de
Castro: na Dobra do Mundo, no Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MUBE), uma homenagem ao centenário do multitalentoso artista, também designer gráfico, que tem como ponto de partida chapas de aço Corten sólidas, espessas e planas, na maioria sem soldas nem parafusos, construídas com cortes e dobras. O próprio Mendes da Rocha, admirador do trabalho de Amilcar, escolheu a colocação de quatro das peças mais importantes da exposição – entre elas, uma com quase 18 metros de altura e 27 toneladas de peso que, pela primeira vez, saiu de Uberaba (MG), como sua última colaboração com o MUBE. O arquiteto, vencedor de vários prêmios – incluindo o Pritzker, o Leão de Ouro de Veneza e a recentemente anunciada Medalha de Ouro de 2021 da União Internacional de Arquitetos –, ganhou o concurso para a construção do Ginásio do Clube Atlético Paulistano, em 1958, aos 29 anos, e integrou a chamada “escola paulista” de arquitetura, cuja