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Business WOMAN

Depois de abrir a primeira loja nos Estados Unidos e desfilar em Nova York, no ano passado, Patricia Bonaldi leva a PatBo ao calendário oficial do .

- Por MIRIAM SPRITZER

Os ares europeus do prédio histórico junto a um dia ensolarado de 14 graus, raridade em pleno inverno nova-iorquino, poderiam ser um sinal do universo. A presença de grandes nomes, como Olivia Palermo, Fern Mallis e Nicky Rothschild, apenas confirmou as suspeitas de que este se tornaria um dos principais eventos de moda do ano. Nos bastidores, poucas horas antes do desfile, entre ensaios e detalhes de última hora, encontrei Patricia Bonaldi. Em meio àquela energia eletrizant­e, ela parecia estar em casa, atenta a cada detalhe e sem se deslumbrar. Estampava um sorriso no rosto ao lembrar sobre o trajeto que a levou até ali. “A gente só decidiu desfilar no momento que o negócio estava muito estabeleci­do. A marca já estava nos principais pontos de venda. Conseguimo­s a nossa loja própria e só depois disso que fomos para a passarela. No Brasil foi a mesma coisa, a SPFW foi o último passo que dei. Vejo esse ‘caminho inverso’ como algo muito saudável. É o que permite uma continuida­de, porque eu tenho um business por trás disso. Não é uma brincadeir­a. Vejo um longo caminho para a Patbo pela frente”, analisa Patricia.

Mais do que coragem como empreended­ora, ela considera que este olhar de negócios é um dos pontos principais para certificar-se de que a marca terá uma longa vida nas passarelas de NY, uma vez que a entrada para o CFDA é conquista que poucas marcas internacio­nais conseguem. "A entrada no CFDA foi uma surpresa para todo nosso time. Eu recebi o convite logo após o desfile de Spring Summer 2022, na New York Fashion Week, em setembro de 2021. Esse é mais um passo que a PATBO dá em direção à internacio­nalização e não poderia estar mais feliz”. Por isso, o olhar técnico nos resultados das vendas não é uma tentativa de ser famoso ou de só bombar. “A moda tem esse outro lado da imagem, do marketing, que é superimpor­tante. Mas eu acredito nas coisas como um todo. Tem que ter a base de uma equipe funcionand­o, de um produto vendendo. Vejo a coisa assim, desde sempre.” E acredita que há uma distância entre a cabeça de quem é criativo e de quem vai consumir. "Acho que a grande sacada é você traduzir as suas ideias de uma maneira mais simples, menos complexa”, explica. “São coisas difíceis de trabalhar, mas eu dou uma roupagem digerível, vamos dizer, de um jeito universal. Porque a brasileira vai usar e a americana também. Não vou fazer nenhuma mudança na roupa.” Principalm­ente quando se trata dos bordados e estampas que fazem parte do DNA da marca e foram o ponto de partida na nova coleção, trazendo aos Estados Unidos um lado que ainda não havia sido apresentad­o. “Em cada peça, você vai ver muito o trabalho que a gente fez em Uberlândia, com as minhas bordadeira­s que estão com a gente desde sempre. É sobre elas também, sobre o que viemos desenvolve­ndo com elas há tantos anos. Achei que era uma maneira bonita de trazer este saber, que a gente faz tão bem, para cá. E eles [americanos] não sabem que a gente faz isso”, fala. “Agora, eles vão conhecer o nosso lado festa. Acho que vai surpreende­r.”

Mais que seus designs, Patricia acabou também se tornando uma empreended­ora-celebridad­e, resultado de sua forte presença em redes sociais e hoje é até representa­da por uma agência de talentos. “Acho que com a internet, todo mundo é uma marca. E a Patbo principalm­ente, porque eu apareço muito e é meio que indissociá­vel. Mas levo isso muito em segundo plano, não é o meu principal objetivo”, reflete. Ao mesmo tempo que suas redes sociais servem para mostrar os bastidores de seu processo criativo, também permitem um maior contato com as seguidoras. “Muita gente me escreve falando ‘quando eu vejo a sua força, eu volto e continuo’”, diz. “Quero ser esse exemplo, não de uma coisa inalcançáv­el, mas desse dia a dia. De um processo que é árduo, mas maravilhos­o ao mesmo tempo. E mostrar que a gente vai com a dor, com o cai e levanta. Não existe essa coisa mística e romântica. Sua principal mensagem, em resumo, é que desafios vão surgir. No entanto, é possível superar barreiras, sejam estas nos negócios ou na vida. Se, por um lado, a Patricia Bonaldi quer inspirar mulheres a encontrar a própria força, pela trajetória da Patbo ela espera conseguir abrir caminhos para que outros brasileiro­s também entrem no mercado internacio­nal com sucesso. “Vou ter muito orgulho de construir essa ponte.” Welcome!

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