Em vários momentos
Maria-grazia Chiuri falou de sua paixão tanto pelo prêt-à-porter quanto pela alta-costura. O primeiro, diz, reflete o agora, enquanto a couture é sobre atemporalidade, herança, tradição, artesanato, arte. É um trabalho minucioso que começa cerca de dois meses antes do desfile, dividido em dois andares do prédio da avenida Montaigne: vestidos e alfaiataria. Técnicas manuais específicas, como bordado, plissado e plumas, são enviadas para oficinas especializadas. Depois de prontos, esses detalhes voltam às oficinas principais para a montagem dos looks e ajustes. Para a Dior, o ateliê é onde a cabeça e as mãos trabalham em sintonia. Ainda que modos de fazer centenários sejam perpetuados a cada coleção, experimentações são sempre bem-vindas. A diretora criativa da Maison olha para esse universo como a união de uma linguagem mágica e científica. É tão precioso que virou tema desta coleção. A ideia é, ainda, prestar homenagem às relações humanas por meio do fazer manual. Assim, o bordado, por exemplo, torna-se um ato conceitual tridimensional que reinventa as técnicas do ateliê e a excelência elementar, enquanto a pureza das linhas celebra a essência da alta-costura: vestir o corpo.