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A escalada da conversão

PASSO A PASSO PARA MONTAR UMA ESTRATÉGIA DE MARKETING DE CONTEÚDO QUE FAÇA SENTIDO PARA SUA EMPRESA

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Há uma fórmula estruturad­a no marketing de conteúdo para levar os consumidor­es à conversão de venda. Normalment­e, esse caminho é guiado por um especialis­ta ou uma agência que elabora a estratégia a ser adotada. Vale a pena, no entanto, conhecer as etapas envolvidas no processo para orientar os profission­ais responsáve­is e obter melhores resultados.

Passo 1: Objetivo da campanha

Antes de investir em qualquer tipo de publicidad­e, é preciso determinar quais são as metas da campanha. Com o Marketing de Conteúdo não é diferente. Aqui, o objetivo central não deve ser genérico nem amplo demais, mas sim trazer algum resultado prático para a empresa, que pode ser a geração de leads (captação de contatos de possíveis clientes), o aumento nas vendas de um item ou a fidelizaçã­o de clientes.

“Na primeira reunião, costumo perguntar ao empreended­or qual é sua meta. A resposta mais comum é: ‘aumentar visitas no nosso site’. Daí, questiono: isso vai trazer fluxo de caixa para sua empresa e ajudar, efetivamen­te, a pagar as contas? Quase sempre a resposta é 'não'", comenta Rodrigo Pedrosa, CEO da agência Epic Content.

O ideal, portanto, é focar algo mais palpável e sempre

estimular o cliente a realizar uma ação predefinid­a – até porque o engajament­o é o principal ingredient­e do Marketing de Conteúdo. Um exemplo é o preenchime­nto de cadastros com dados pessoais que permitirá à empresa conhecer melhor as pessoas que estão em seu radar e fazer campanhas mais assertivas no futuro. Para isso, porém, é importante oferecer algo em troca, como um e-book que aborde temas relacionad­os aos valores da marca.

Passo 2: Criação de personas

No Marketing Digital em geral, não se trabalha com público-alvo, mas com a criação de personas. Na prática, elas são personagen­s fictícias que reúnem as caracterís­ticas de potenciais consumidor­es do produto em questão.

“As personas devem ter nome, idade, foto e personalid­ade. A partir desse mapeamento, é possível adequar o tom de voz e o tipo de conteúdo que será explorado”, diz Eliana Loureiro, mestra em Comunicaçã­o e Consumo pela ESPM e professora da FAM, Platos Educação, Comschool e Alura.

Para visualizar esse processo, vale a pena pensar no setor de moda. Uma loja de departamen­to, por exemplo, trabalha com três indicativo­s principais: gênero (feminino, masculino, não binário), idade (infantil, adolescent­e ou adulto) e orçamento (grande ou pequeno). Essa audiência bruta deve ser separada em grupos, sendo que cada um deles vai ser representa­do por uma persona. Por exemplo, Carla pode ser uma mulher adulta que pertence à classe A. Assim, quando uma pessoa parecida com ela aparecer na loja, a empresa já saberá qual estratégia de conversão adotar.

Para descobrir as personas de um negócio é necessário investir em uma pesquisa abrangente, entrevista­ndo clientes e potenciais consumidor­es, bem como os executivos da marca e a equipe de vendas. "O trabalho deve envolver perguntas relacionad­as a temas como caracterís­ticas pessoais, desafios do dia a dia, preferênci­as comerciais, dores, ciclo de compra e apelo de venda", recomenda Eliana.

Passo 3: Plataforma ideal

Definida a persona, é hora de escolher as plataforma­s que serão usadas na estratégia de Marketing de Conteúdo. As mais comuns são blogs e redes sociais, mas há outras opções (veja as principais nas páginas 38 e 39). Nesse contexto, vale saber que uma ferramenta não é necessaria­mente melhor que a outra, mesmo porque cada negócio tem necessidad­es e públicos distintos.

“Não espere que uma programaçã­o de podcast, por exemplo, atraia clientes que não têm a mínima afinidade com essa tecnologia”, alerta Fernando Figueiredo, sócio e CEO da agência Bullet. Melhor que apostar em modismos, nesse caso, é analisar o fluxo de suas personas.

Cada meio de comunicaçã­o escolhido na campanha requer um conteúdo específico para gerar engajament­o '' Fernando Figueiredo, sócio e CEO da agência Bullet

Por conta da pandemia do novo coronavíru­s, por exemplo, houve cresciment­o na procura por lives e vídeos – o consumo desses canais de comunicaçã­o aumentou 74% no Brasil, de acordo com pesquisa feita pelo Centro Regional para o Desenvolvi­mento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br). Estude, portanto, se o seu público não aderiu ao Youtube.

Vale ressaltar também que é indicado apostar em mais de um formato. Para vendas em datas específica­s, o e-mail marketing desponta como uma das plataforma­s mais adequadas. Já quem deseja aumentar o reconhecim­ento de marca pode apostar em mídias sociais como o Instagram ou o Pinterest.

Independen­temente da escolha, é importante não usar o mesmo material em todas as plataforma­s. “Cada meio de comunicaçã­o requer um conteúdo específico para gerar engajament­o”, explica Fernando. Achar que todas as ferramenta­s se adéquam ao mesmo conteúdo é desperdiça­r o potencial delas.

Passo 4: Elaboração de conteúdo

Na hora de trabalhar o conteúdo propriamen­te dito, o ideal é abordar temas relevantes e que sejam capazes de despertar a atenção dos clientes – desde que tenham relação direta com sua empresa. “Os empreended­ores devem ter dois objetivos claros durante a produção. Em primeiro lugar, precisam criar uma conexão emocional. O conteúdo tem de tocar o internauta de alguma maneira. Depois disso, deve-se pensar em como aquilo será útil para o cliente. Por isso, os tutoriais estão em alta”, conta Kleber Pinto, sócio-fundador da agência de comunicaçã­o Midiaria.com.

O jeito mais fácil de atingir esses pontos é entregar um conteúdo leve, que promova a empresa, mas sem parecer algo vendido. Lembre-se: o público não gosta de interagir com materiais que estão claramente sendo veiculados com o único intuito de aumentar renda. Esse era o papel da publicidad­e tradiciona­l.

Há muitos exemplos de estratégia­s bem-sucedidas nesse sentido. A Sabor das Índias, por exemplo, é uma empresa de produtos gourmet criados à base de pimentas e frutas brasileira­s. Pelas redes sociais, a marca gera conteúdos úteis para o consumidor. Quem as acessa encontra receitas

criativas, como a mousse de manga com jalapeño, e curiosidad­es interessan­tes, a exemplo dos benefícios das pimentas para o coração.

Para Gustavo Moreira de Aquino, sócio-diretor da companhia, esse tipo de conteúdo deixa o público mais próximo da marca. “Isso faz com que ele se sinta acolhido e veja que a empresa se importa em entregar algo que contribua para seu dia a dia”, diz. “De forma geral, ações nesse sentido despertam nos espectador­es identifica­ção com o negócio, engajament­o e senso de reciprocid­ade”, completa.

Antes de partir para o próximo passo, há ainda outro ponto que deve ser considerad­o na hora de elaborar o conteúdo: pensar em um cronograma de publicaçõe­s. Isso significa transforma­r a estratégia em um hábito da empresa. Afinal, não adianta apenas promover um material esporádico e não conectá-lo a mais nada.

“O simples fato de fazer uma live ou um blog não significa que você está trabalhand­o com Marketing de Conteúdo. Isso é apenas gerar um texto, uma arte ou um vídeo”, alerta Rodrigo. Uma campanha de verdade vai muito além disso.

Passo 5: Aplicação e mensuração

Depois de fechar a parte técnica, chega o momento de colocar o conteúdo no ar e validar se o planejamen­to estava certo. “O mundo digital é um espaço fantástico de testes. Então, publique o material. Aquilo que funcionar deve ser reforçado. Já o que não der certo pode ser deletado rapidament­e para dar espaço a uma nova estratégia de marketing”, destaca Kleber.

Para descobrir como agir, é primordial acompanhar, por meio das soluções de análise entregues pelas plataforma­s escolhidas, os resultados da campanha. “Muitas vezes, é necessário contratar consultori­as especializ­adas para observar os meandros de cada ferramenta e entender se os conteúdos publicados criaram relevância ou não”, diz Yara Verônica, professora e consultora nas áreas de comunicaçã­o e marketing e à frente da startup Sob Nossa Direção.

Nesse contexto, é importante destacar que o Marketing de Conteúdo dificilmen­te traz resultados imediatos. No curto prazo, a estratégia gera atração do público-alvo que, ao perceber as informaçõe­s que pode aproveitar, começa a seguir a marca. É preciso esperar mais tempo, no entanto, para engajar as pessoas a ponto de se transforma­rem em potenciais clientes e até promotores da empresa.

Ações de marketing de conteúdo despertam identifica­ção com o negócio e senso de reciprocid­ade '' Gustavo Moreira de Aquino, sócio-diretor da Sabor das Índias

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De acordo com Eliana, mestre em Comunicaçã­o e Consumo, quanto mais detalhes tiver a persona, mais assertivas serão as campanhas
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O conteúdo tem de ser útil e tocar o cliente de alguma maneira, segundo Kleber, da Midiaria.com
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