Câncer de estômago
Saiba como identificar a doença que vitimou a blogueira Nara Almeida
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos, sendo que a maior incidência se dá em homens com mais de 70 anos. O segundo tipo de tumor mais comum, chamado difuso, acomete mulheres entre 40 e 50 anos. Segundo o oncologista João Paulo Fogacci, “casos muito precoces como o da Nara Almeida, em geral, são associados a síndromes genéticas raras, com caráter muitas vezes hereditário”. Mas é possível se prevenir? Como identificar os sinais? O especialista responde a essas e outras dúvidas!
O que é?
“O câncer de estômago é um tumor que se forma quando um conjunto de células do órgão se transforma e adota um comportamento agressivo. Elas crescem de forma desordenada, com capacidade de causar prejuízo local, além de se espalharem pelo corpo, causando metástase”, define o médico. Existem mais de um tipo de câncer de estômago, “mas, em geral, ao utilizarmos o termo (câncer de estômago), estamos falando do adenocarcinoma, um tipo que representa mais de 90% dos tumores gástricos”, complementa.
Causas
Os principais fatores que levam ao desenvolvimento do câncer são: genética (informações armazenadas no DNA, herdadas dos familiares); e fatores ambientais (do meio onde se vive). Dentre esses, destacam-se uma alimentação não equilibrada, tabagismo, obesidade e a bactéria H. Pylori. “Acrescentaria histórico familiar de câncer e úlceras pépticas, cirurgias parciais de estômago, radioterapia realizada em abdome, tendo como razão tratar outro câncer, doença autoimune que reduz o nível de vitamina B12 no corpo (conhecida também como anemia perniciosa) e outras infecções”, informa Fogacci.
Atenção aos sinais!
Os sintomas mais comuns são “desconfortos no estômago que podem ser expressos desde uma azia até sensação de estufamento após alimentação ou saciar-se com pouca quantidade de comida. Esses indícios listados podem ser comuns a uma gastrite ou doença ulcerosa péptica. Porém, quando associados a sinais de alertas como anemia ferropriva (perda de sangue), que pode causar cansaço, perda de peso não planejada ou associada a alguns achados no exame físico realizado pelo médico, ligam o sinal de alerta, sendo aconselháveis investigações mais profundas”, adverte.
Prevenção
Além da dieta, é recomendável manter o peso adequado por meio de atividade física e não fumar. Quem tem contaminação por H. Pylori deve fazer o tratamento corretamente para erradicá-la. “E nada substituiu a anamnese, que é a conversa com paciente e um bom exame físico”, orienta o oncologista. Para quem gosta de pesquisar informações na internet, Fogacci indica os sites do Inca (inca.gov. br) e da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC - sboc.org.br), que são fontes confiáveis.
Tratamento
Lesões muito precoces podem ser tratadas por endoscopia. Para lesões maiores, a cirurgia e a quimioterapia combinadas tratam e evitam a recorrência da doença. “Quando há metástase, o tratamento padrão é a quimioterapia no intuito de controlar a doença e amenizar os sintomas por ela causados”, finaliza.