Sandra de Sá
A cantora fala de sua carreira e ainda dá opinião sobre a situação política no país
“A nossa cultura é tão grande e fantástica que a primeira coisa que fazem é cortar. Nós vivemos na indústria da anticultura e ela leva a nossa educação, o nosso respeito.”
Desafios da carreira
“Eu acho que a gente vai se realizando a cada momento da vida. Eu tenho o maior orgulho de falar que tenho 62 anos e me sinto começando, porque agora é que estou começando a entender uma série de coisas que eu não entendia quando eu tinha 52, 42, 32, 22, 12 e dois anos. Agora eu tenho mais ferramentas, mais conhecimento, sei que posso aprender mais. Quero evoluir, eu quero aprender. Então, onde houver evolução, eu estou.”
Segredo para manter o sucesso
“O segredo é não ter segredo. É você viver naturalmente, não ter medo de respeitar as pessoas porque hoje em dia, eu acho, que estamos meio equivocados com certas coisas. Tem pessoas que têm medo de respeitar os outros, de gostar dos outros. Tem gente que tem medo de ser feliz, e eu, ao contrário, gosto disso tudo. Eu gosto de ser feliz, de amar as pessoas, eu acho o ser humano a maior invenção que já aconteceu nesse universo. E eu sigo assim, naturalmente, gostando e fazendo as coisas que eu gosto. Na hora de ser dura, se for preciso, eu também sou. Mas, geralmente, não precisa, a gente leva tudo na paz.”
Caso Marielle Franco
“Eu postei: ‘E aí? Até quando? Vai ficar cada um num canto gritando? Quando a gente vai se juntar e gritar todo mundo junto para ensurdecer esse povo?’. Eles são a minoria. Se cada um ficar gritando num canto separado, vão tombar um por vez. Se a gente estiver unido, aí vai ser outra parada. É para todo mundo se ligar no que está acontecendo. Uma pessoa que faz o que ela fez, que abre o bico como ela, não pode estar assim sozinha, alguém tinha que estar dando uma cobertura. Por isso que eu falo: tem que todo mundo gritar, mas vamos gritar sem avisar. O negócio é a gente se conscientizar e se educar. Eu acho que tudo isso é falta de educação, que cortaram da gente e sabemos disso. No ginásio, eu tinha aula de educação moral e cívica, a gente sabia a letra do hino da bandeira. A nossa cultura é tão grande e fantástica que a primeira coisa que fazem é cortar. Nós vivemos na indústria da anticultura e ela leva a nossa educação, o nosso respeito.”
Eleições 2016
“Eu me candidatei a vereadora e uma coisa que me mexeu comigo mais que os políticos, porque a gente já sabe o que corre nas cabeças deles, foi que eu chegava na rua para conversar com as pessoas e ninguém perguntava o que eu pensava da minha plataforma. Falavam assim: ‘quero trabalhar contigo. Se você der cem, eu arrumo uns votos para você”. Então, vamos pegar esse povo e educar. Não vamos esperar pela escola, pelo governo, por ninguém. Quando eu falo de a gente gritar junto, é isso, não é fazer estardalhaço e porradaria, não! É a gente estar unido.”