Diversão garantida
Edson Celulari e Christiane Torloni estão conquistando os telespectadores com seus personagens em O Tempo Não Para, provando que têm sintonia em cena!
Dom Sabino e Carmen têm diversas cenas engraçadas na novela das sete. No começo da trama, eles chegaram até a ensaiar uma paquera, mas atualmente são apenas amigos, já que Dona Albertina (Rosi Campos) acordou do congelamento. Com tanta sintonia na TV, Edson Celulari e Christiane Torloni comemoram o bom momento na carreira e prometem muitas surpresas nessa novela, que já caiu no gosto do público. Malu bateu um papo com eles!
Christiane Torloni A sua personagem se envolve com um homem mais novo e quase sempre existe um preconceito com essa questão. Como é isso para você?
“Eu acho que o preconceito também está nas mulheres. Eu acho que as mulheres são tão críticas das outras, né? Já os homens aplaudem os homens. Quando é que vamos ter a mesma atitude?”
A sua personagem é batalhadora e cria o filho sozinha. Você se identifica com a personalidade dela?
“Eu acho que a Carmen é uma criatura crível, ela é do nosso tempo. Todas nós temos que ser batalhadoras. Todas nós ‘temos’ que pintar o cabelo, todas queremos ficar bonitinhas e todas nós queremos namorar, então, está tudo certo. Nós temos vários pontos em comum e isso é muito bom.”
Como é sua parceria com o Celulari?
“A gente tem vários encontros em cena, que são admiráveis. Ele é um homem que eu respeito muito, um artista incrível. Eu tenho acompanhado a carreira do Edson também no teatro, já há vários anos. Ele é uma pessoa muito centrada, um ótimo colega e é um cara de respeito. Nesse último episódio da vida dele (a luta contra o câncer em 2016), ele deu um exemplo de superação.”
Você estava desde Velho Chico sem fazer novela. Bateu saudade dessa rotina de gravação?
“Eu acho que a gente tem que dar a oportunidade para o público também se oxigenar um pouco, a gente precisa respirar outros ares. Terminou a novela e eu retomei o espetáculo Master Class. Fiz uma grande temporada esse ano e estou finalizando o meu documentário também. Você volta reciclado para chegar com outra informação aos telespectadores.”
Edson Celulari Já se acostumou com o novo visual?
“Século 19 tinha uma outra estética, outra cultura e outros hábitos. Estou achando lindo esse visual. A cor do cabelo é minha mesmo. E acho que tem uma liberdade. A Paula (Carneiro), nossa figurinista, criou um conceito de peças um pouco mais coloridas, mas dentro de um padrão do final do século 19. Tem cartola, casaca, colete, botas... Acho que é um visual diferente. Não me lembro de ter usado nada parecido em outro personagem.”
Como foi, para você, ver a tecnologia acontecer?
“Eu me lembro de um aparelho celular que era um tijolo (risos). Eu enfrento com muita naturalidade. Às vezes fico surpreso com algumas invenções e também gosto de procurar coisas novas. O Dom Sabino é um progressista. Obviamente ele estava instalado dentro daquele sistema do império que tinha os escravos, mas ao mesmo tempo ele é muito curioso. Ele investia em estradas de ferro, em telefonia, era ligado às invenções e ao progresso. Acho que me identifico com ele neste sentido: gosto do progresso.”
Qual o desafio de fazer este personagem?
“Em qualquer novela de época você tem que ser fiel às informações daquele período. Ao mesmo tempo, você tem uma história a ser contada. Então, você tem que ser fiel, mas também com alguma liberdade, para haver fluidez. Tivemos um trabalho de preparação e de comportamento que foi maravilhoso. E como era comum na época verbalizar muito as coisas – hoje temos uma comunicação muito mais visual – ele fala muito. Fala sem parar. Essa é uma dificuldade que se tem. E além disso, ele fala como se falava no século 19, então, para improvisar é muito difícil!”
Como está sendo contracenar com Milton Gonçalves?
“Estou honrado. Nunca tinha trabalhado com ele. Ele é um homem negro que faz parte da televisão brasileira. Isso é muito legal em uma novela que discute isso tudo.”
Você completou 40 anos de carreira. O que você traz daquele Edson com 20 anos de idade?
“A gente não muda, na verdade. Acho que a gente adquire e perde coisas, e nessa troca a essência é o que fica. Com 20 anos eu já tinha saído da minha cidade no interior. Sou de Bauru (SP) e vivi até meus 13 anos na zona rural da cidade. Tenho essa simplicidade até hoje. E acho que, obviamente, adquiri informações e conquistei espaços que me interessavam, assim como quero conquistar outros. Quero começar a escrever e dirigir cinema. Tenho muitos projetos ainda pela frente para realizar. Não penso em parar.”