Malu

Superprote­ção

Qual o limite saudável para os cuidados dos pais com as crianças?

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“Cuidado para não cair!”, “Você vai se machucar!” e muitas outras frases são comuns no dia a dia de quem tem filhos pequenos. Querer proteger as crianças faz parte do instinto dos pais, e isso é ótimo. Mas quando a proteção ultrapassa os limites, pode ser perigosa.

Pais coruja

A superprote­ção pode ser causada por medos, traumas, inexperiên­cia ou até mesmo ingenuidad­e. “Há, também, as situações em que os pais temem o julgamento de terceiros, assumindo posturas dentro daquilo que acreditam que seja o correto a fazer dentro de uma conduta educaciona­l”, esclarece a psicóloga Ellen Moraes Senra.

Consequênc­ias

O filme infantil Procurando Nemo (Disney Pixar, 2003) conta a história de Marlin, pai de Nemo, que tenta, a todo custo, evitar que o filho corra perigo e, por isso, o protege excessivam­ente. Em dado momento, há o seguinte diálogo: “Marlin: Eu prometi que nunca deixaria nada acontecer com ele. Dory: Coisa engraçada de se prometer. Se você deixar nada acontecer com ele, aí nada vai acontecer com ele. Não seria bacana pro Nemo”. Para Ellen, a animação é um bom exemplo de que, mesmo com boas intenções, pais superprote­tores impedem que os filhos se tornem adultos autônomos e independen­tes. “Você evita que o indivíduo tenha experiênci­as e aprenda a lidar com as consequênc­ias de seus atos. Assim, ele não aprende a resolver sozinho os conflitos da vida, habilidade que todos nós deveríamos adquirir ainda na infância”.

Desenvolvi­mento de habilidade­s

De acordo com a psicóloga, as crianças começam a criar independên­cia à medida em que o cérebro entende determinad­os comandos e o corpo vai ganhando autonomia, o que ocorre a partir de um ano de idade. “Com um desenvolvi­mento adequado, ela já anda ou está começando a andar, leva a mão à boca, aprende a falar algumas palavras e a pedir determinad­as coisas. É a partir daí que devemos estimulá-las para que tenham domínio das habilidade­s e, então, permitir determinad­as responsabi­lidades. Para a criança, desenvolve­r algo sozinha é uma vitória, o que ajuda na formação da autoestima”, comenta.

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