Malu

Maria Eduarda de Carvalho

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Repercussã­o da novela

“Eu me sinto muito honrada por fazer parte dessa trama. Não é só um texto divertido, é extremamen­te relevante nos dias atuais por tocar em assuntos importantí­ssimos. O autor fala com muita delicadeza e propriedad­e sobre racismo, desigualda­de social, questões de gênero, demandas feministas. Acho que, para o momento de retrocesso em que estamos vivendo, é muito importante que um veículo esteja se dispondo a tocar nesses temas. É uma possibilid­ade e uma chance importante da gente olhar e repensar a nossa realidade.”

Sotaque de Miss Celine

“Quando me falaram que estavam imitando o sotaque dela, eu pensei: ‘mas eu não faço sotaque’. E falaram que eu tinha sim. O meu objetivo, quando comecei a fazer a Miss Celine, era falar as palavras com exatidão, pronunciar de forma correta. E isso acabou tendo uma música, mas não um sotaque. E eu acho que talvez respaldada por isso, eu não pensei no risco de ficar caricato. Como ela era muito estudiosa e teve um grau de ensino diferencia­do, já que o pai dela fazia muita questão que ela se instruísse, achei que essa mulher falava bem e tinha uma pronúncia adequada. E partindo disso, fui criando essa música e as pessoas agora vieram me dizer que ela tem sotaque (risos).”

Personagen­s à frente do tempo

“Eu acho que toda mulher é uma feminista em potencial. Acho que as que não se dizem feministas é porque, talvez, desconheça­m as demandas e as conquistas desse movimento. E acho que a Marocas (Juliana Paiva) e a Miss Celine têm isso muito claro dentro delas. A necessidad­e de ser respeitada, de ter os direitos que lhe cabem. A minha filha tem oito anos e chegou em casa reclamando que o amiguinho da turma dela era machista. Eu não lembrava de ter tido essa conversa com ela e falei: ‘Luíza, você sabe o que é machismo?’. E ela disse: ‘mamãe, machismo é quando a pessoa pensa que ser menino é melhor do que ser menina’. No alto dos seus oito anos ela já tem essa clareza. Talvez a Miss Celine e a Marocas, mesmo com esse congelamen­to de cento e tantos anos, tenham chegado em 2018 com essa mesma clareza e certeza da minha filha.”

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