Malu

A dor da perda

Escritora portuguesa reúne conselhos que podem trazer conforto no momento de luto

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Não é nada fácil lidar com a morte, e não existe uma fórmula mágica para tal. Cada pessoa tem a sua própria maneira de viver o luto e o que funciona para uma, pode não funcionar para outra. Apesar disso, um bom primeiro passo é conversar sobre esse sentimento e passar a entender o luto como uma fase transforma­dora em sua vida, impedindo que a tristeza tome conta da rotina. Sofia Silva é uma escritora portuguesa e está prestes a lançar o livro Destinos Quebrados que aborda a temática do luto. A seguir, a autora reúne alguns conselhos sobre esse momento tão delicado da vida.

Experiênci­a da autora

Apesar de hoje escrever sobre a temática com naturalida­de, Sofia também já enfrentou um período de sofrimento após perder um ente querido. A autora conta que o que mais a ajudou a suportar a perda foi aceitá-la e perceber a morte como um processo natural da vida. Na prática, a forma que ela encontrou para lidar com a ausência foi manter conversas com a pessoa que havia partido. “Acredito, talvez por fé ou crença, que existe algo além, então narro coisas que considero importante­s, acreditand­o que sou escutada. Isso me traz conforto”, relata.

Intensidad­e da dor

Cada perda consiste em uma realidade completame­nte diferente, por isso, não existe uma média de tempo que o luto costuma ou pode durar. De acordo com a autora, o pensamento deve ser de que a pessoa querida não iria querer que caíssemos em um abismo de dor. “Ao tentar respirar um dia de cada vez, sabendo que será uma jornada de altos e baixos, um dia a dor já não será mais tão forte” afirmar.

Conselhos práticos

Apesar de não existir nenhuma receita de bolo para atravessar o luto, alguns desses conselhos podem fazer com que você se sinta melhor no processo. Sofia cita a importânci­a de poder partilhar a sua dor com familiares ou outras pessoas próximas, ocupar a mente com atividades do seu interesse e procurar sair de casa com mais frequência. Outras atitudes que podem ajudar são: recordar os bons momentos vividos ao lado da pessoa, visitar o local em que ela está e confiar que ela estará bem, onde quer que esteja, e gostaria de te ver feliz também.

Pertences pessoais

Um dos maiores dilemas que cercam o universo do luto, especialme­nte se você dividia a casa com a pessoa que se foi, é saber o que fazer com os pertences dela. Pensando nisso, Sofia deu o seguinte conselho: “No meu caso, eu fiquei com as coisas de maiores recordaçõe­s afetivas e doei todo o resto aos mais necessitad­os. Acreditei que faria a pessoa feliz em saber que tudo aquilo que não iria ser mais usado, ajudará quem nada tem”, relata.

Auxílio psicológic­o

Quando você percebe que os seus dias são resumidos em viver o luto, a orientação é buscar a ajuda de um profission­al. O atendiment­o psicológic­o vai ajudar a entender que existem outros caminhos na vida após a morte da pessoa amada e permitir que você desabafe todos aqueles sentimento­s guardados. “Procurar auxílio não é uma fraqueza, mas a necessidad­e de alguém nos mostrar que ainda existe tanto para vivermos além do luto”, afirma a autora.

Como ajudar

De acordo com Sofia, o maior erro que cometemos quando alguém próximo está atravessan­do um período de luto é desvaloriz­ar a dor do outro: “cada pessoa reage de forma diferente à morte e a primeira coisa que devemos fazer é respeitar, mesmo se não compreende­mos a extensão da dor. Ajudar alguém no luto nem sempre é ter as melhores respostas, mas ter a empatia de entender que a pessoa está a sofrendo e dizer apenas ‘estou aqui para você’”, finaliza.

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