Malu

Câncer em idosos

Pessoas acima dos 65 anos têm mais chance de desenvolve­r a doença. Saiba como se prevenir!

- Texto Daniela Andrioli

Recentemen­te, Susana Vieira veio a público relatar sua luta contra o câncer. Ela, que que está com 77 anos, descobriu que tinha leucemia linfocític­a crônica, doença que não tem cura, porém, está controlada. “Lembrei que estava 50 anos sem parar de trabalhar. Depois de um ano, melhorei e vi tudo sob controle. Minha doença é controlada. Fiquei com vontade de trabalhar, liguei para o Silvio (de Abreu, diretor geral de dramaturgi­a da Globo) e falei que queria voltar”, disse a atriz em entrevista ao Estadão, que hoje vive a personagem Emília, em Éramos Seis. Para entender melhor como o câncer se desenvolve nos idosos, Malu bateu um papo com Aline Thomaz, geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de SP, que explica que os maus hábitos durante a vida são os grandes vilões da terceira idade. Confira!

Dados alarmantes

O câncer é uma doença de causa desconheci­da, porém, há fatores que podem colaborar para o seu desenvolvi­mento. No caso dos idosos, os tumores são majoritari­amente originados por maus hábitos e estilos de vida inadequado­s ao longo dos anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), quem tem mais de 65 anos é 11 vezes mais propenso a desenvolve­r uma doença cancerígen­a do que pessoas com idade inferior. “O tumor de pele não-melanoma é um dos mais frequentes e tem como principal causa os vários anos de exposição ao sol. Também nesta faixa etária, ainda são comuns os cânceres de próstata, mama, intestino, pulmão, estômago e leucemia”, explica a profission­al

Como identifica­r os sintomas?

Os principais sintomas que podem direcionar a suspeita de câncer na terceira idade são: o emagrecime­nto inexplicad­o, falta de apetite, alteração do hábito intestinal ( diarreia ou constipaçã­o), perda de sangue pelas fezes, cansaço excessivo, palidez ou pele amarelada. “Estes sinais devem ser avaliados com exames a fim de descartar essa possibilid­ade”, explica a especialis­ta.

Importânci­a do check-up

Quando há um câncer em evolução no organismo, quanto mais rápido for diagnostic­ado, maior será a probabilid­ade de um tratamento eficaz. Para isso, a geriatra recomenda visitas médicas regulares para o monitorame­nto contínuo de doenças crônicas como a hipertensã­o, diabetes, osteoporos­e, entre outras. “Nelas, podem ser solicitado­s exames simples como hemograma que detecta a leucemia, por exemplo. Após os 60 anos é importante fazer pelo menos uma avaliação anual caso não tenha nenhuma doença crônica. Se o idoso for portador de pelo menos uma doença crônica, esta frequência já deve ser em cerca de seis meses”, reforça Aline.

Tratamento multidisci­plinar

A especialis­ta conta que é preciso estabelece­r estratégia­s precisas para o tratamento do câncer no idoso com o objetivo de priorizar pela qualidade de vida a partir do trabalho em conjunto da equipe multidisci­plinar, são eles: geriatra, oncologist­a, cirurgião, fisioterap­euta, fonoaudiól­ogo, terapeuta ocupaciona­l, nutricioni­sta, odontólogo, assistente social e farmacêuti­co clínico. “No caso de idosos, pode fazer muita diferença para um resultado mais eficaz, com recuperaçã­o rápida e reduzindo complicaçõ­es clínicas. A ausência de qualquer um destes profission­ais pode gerar lacunas e ter um impacto negativo, por exemplo: a do fisioterap­euta tende a aumentar muito o risco de complicaçõ­es pulmonares ou tromboses na radioterap­ia e quimiotera­pia, já a falta do fonoaudiól­ogo pode aumentar o risco de broncoaspi­ração, situação extremamen­te grave em qualquer caso”, detalha Aline.

Como é fazer parte de um remake como Éramos Seis?

“Para mim é uma nova novela, que me chamaram para fazer e estou fazendo. Não tive nenhum problema nem de ser remake, nem de não ser um papel grande, como o Silvio de Abreu me alertou quando me chamou. A Globo não é doida, ela faz uma pesquisa para saber o que o público está querendo. Então se o público quer uma novela como Éramos Seis, eu fico superfeliz de estar fazendo a trama. Se já foi feito em outras emissoras com grandes atrizes, é coisa boa!”

A Emília é a antagonist­a?

“Não. Ninguém vai fazer mal para ninguém nessa novela. Não é um folhetim típico, é por isso que todo mundo quer rever. Não existe assassinat­o nem a outra querendo pegar fábrica de ninguém (risos), nem a irmã gêmea que chega depois. Acho que é uma novela das antigas, como era A Sucessora ( 1978), sem esses problemas de crimes e assassinat­os tão em voga hoje e que seguram uma novela das nove.”

Você se surpreende­u com o sucesso de Por Amor mesmo vinte anos depois?

“A Globo talvez tenha pensado que o público precisava mudar, só que existem coisas que não há necessidad­e de mudar. Qualidade não se muda. Enquanto Manoel Carlos esteve no ar, ele foi bom. Como ele não vai mais fazer novelas, quando ele tiver com um seriado no ar, vai ser bom. Não adianta pegarem quatro (autores) e acharem que vai dar um Manoel Carlos, porque não dá. O público que se senta às 4h da tarde, já se estressou, já teve problema com filho, a empregada que não veio, marido que não chegou, e assiste aquilo com calma, sem aquele estresse de mudar de canal.”

Os jovens te adoram e fazem muitas brincadeir­as na internet com suas fotos. Sua relação com eles é boa?

“É maravilhos­a. Eles sacaram quem eu sou, pelo que falo, pelas entrevista­s que dou, pelos namorados que tenho, então acho que eles tiraram conclusões a meu respeito.”

Pela primeira vez Éramos Seis vai ter uma abordagem feminista. Você que se comunica com mulheres, o que pensa sobre essa isso?

“Conheci minha mãe trabalhand­o, então para mim feminismo nunca significou botar uma camiseta escrita “não encosta em mim”. Eu mesma falei para as pessoas não encostarem em mim, fui ser bailarina porque eu quis, não porque eu precisava ajudar em casa. Minha mãe trabalhava na Embaixada com meu pai, então sempre fui acostumada a ver mulheres que trabalham, que saem, que se maquiam. Sempre vi todo o meu núcleo familiar botando dinheiro em casa e os maridos machões como sempre, como é até hoje. Homem é assim, se você der um pouquinho de confiança, eles serão machistas. Nunca batalhei por nada, fiz o que quis, entrei na televisão a hora que eu quis, nunca dei confiança no sentido de invadir minha privacidad­e, então não estou nessa briga que as pessoas estão. O feminismo na minha vida existiu de forma natural porque fui trabalhar, e trabalhar é muito bom, na televisão, então, show de bola.”

Para você, a parte boa da vida é trabalhar?

“Descobri isso. Acho que abri mão da minha vida pessoal por causa do trabalho. Hoje tenho essa consciênci­a e, algumas vezes, me perguntei se fiz bem ou mal, mas fui aceitando. Como na nossa profissão, seja teatro ou televisão, não existe um emprego fixo, quando te convidam para um filme junto com um trabalho na TV, a gente faz tudo o que pinta por não ter segurança econômica. Mesmo eu hoje em dia, um pouco mais segura, se eu parar de trabalhar quatro, cinco meses, aquele dinheiro lá, já gastei. Eu gasto dinheiro mesmo, não sou de guardar.”

O trabalho faz bem à sua saúde?

“Meu amor, está aqui ( a resposta). Bonita, renovada, não sei mais o que dizer, mas o trabalho me rejuvenesc­e, é a minha escolinha.”

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“Minha doença é controlada”, contou
 ??  ?? Fazendo pose para sua personagem na trama das seis, Emília
Fazendo pose para sua personagem na trama das seis, Emília
 ??  ?? Cara de má na pele de tia Emília
Cara de má na pele de tia Emília
 ??  ?? Carinho com Gloria Pires. As duas são grandes amigas e comemoram aniversári­o no mesmo dia
Carinho com Gloria Pires. As duas são grandes amigas e comemoram aniversári­o no mesmo dia
 ??  ?? Ao lado de sua filha na trama, Justina (Julia Stockler)
Ao lado de sua filha na trama, Justina (Julia Stockler)

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