Angela Vieira
Com 67 anos de idade e quatro décadas de carreira, a atriz ainda se emociona a cada novo trabalho, como a Vera, de Bom Sucesso
Um novo gás para a trama
“Chegar em uma novela na metade é sempre uma coisa meio complicada, pois as relações já estão desenvolvidas. Mas eu tive sorte porque acompanhava a novela e mandei muitos recados para os colegas, em especial para a direção, porque foi com 90% dessa equipe que eu fiz Pega Pega (2017). Então, é uma equipe com a qual eu estava muito familiarizada e foi uma boa chegada.”
Literatura em cena
“É muito legal ter isso na novela. Eu vi uma matéria falando que já existem grupos fazendo movimentos de leitura com pessoas de idade mais avançada, que é tudo o que a gente precisava. Já que ainda não temos muitas boas escolas – e eu tenho esperança de que teremos – , o que a gente puder fazer para que isso seja difundido, principalmente incentivar a leitura, ajuda a abrir novos horizontes. Pois você passa a falar bem, escrever corretamente...”
Personagem real
“A Vera é uma personagem muito bonita. Ela é a porta-voz de algumas coisas bem-vindas ao público, como a relação com o novo trabalho na editora. Ela batalha por esse trabalho e consegue, mas vai sempre pedindo a ajuda do neto para se atualizar (com as modernidades). Quando sua filha, Eugênia (Helena Fernandes), a ouve pedindo emprego para Nana (Fabiula Nascimento), ela pede desculpas à amiga pela atitude da mãe. Mas Vera diz que Eugênia está desatualizada, porque o Brasil está em processo de envelhecimento da população e uma grande fatia do mercado está sendo ocupada por pessoas da minha idade. Eu acho que ser porta-voz disso em uma novela é muito legal porque é verdade.”
Amor na maturidade
“Eu acho uma maravilha! Eu e meu marido (Miguel Paiva, cartunista) éramos amigos íntimos antes de começarmos a namorar. Eu estava com 50 anos quando começamos o namoro e eu achei um espetáculo. Eu senti aquela coisa no peito que é efervescente, você se sente uma emoção latente. É muito bom!”
Carreira balanceada
“Outro dia me perguntaram se eu preferia fazer novela das seis, das sete ou das nove. De verdade? Sempre que me perguntam isso eu digo que prefiro a boa personagem. Não importa o tamanho, o que importa é que você tenha um papel consistente para defender porque ele te leva. Aí é sempre muito bom estudar, é prazeroso entrar no set.”