Chay Suede
O ator, que comemora o nascimento da filha, relembra sua trajetória como ator e fala sobre as expectativas com a paternidade
A paternidade te ajudou a encarar o papel do Danilo de um jeito diferente?
“Não a encarar de um jeito diferente, afinal é muito diferente ser filho e ser pai. Eu sou um ‘profissional’ em ser filho, mas ser pai é uma coisa nova para mim. E apesar de relação de mãe e filho ser algo comum para as pessoas, cada um se relaciona de um jeito muito único. A gente fala geralmente de superproteção por parte da mãe e de dependência por parte do filho de uma maneira até pejorativa, porque a gente está de fora. Quando a gente está dentro, a coisa é muito mais difícil de ser identificada. Por mais que eu conheça inúmeros casos de relações em que o filho é muito dependente ou a mãe é muito autoritária, eu conheço isso de fora e o Danilo conhece isso de dentro.”
Você se inspirou em alguém para poder compor o personagem?
“Não conscientemente, acho que tem personagens que são mais diretamente inspirados em alguém, mas esse não é o caso. O Danilo é um compilado de pessoas que eu conheço e pessoas que eu não conheço. Estou descobrindo ele a cada dia.”
O tema da novela te fez repensar a relação com a sua mãe?
“Sim, eu acho que me abriu novas janelas de pensamento sobre como se dá uma relação de mãe e filho. Me fez valorizar coisas que eu nem tinha parado para pensar, como, por exemplo, o fato dela ter me criado com muita liberdade. Nunca tinha me dado conta que ela tinha me criado com tanta confiança, como eu me dei conta agora interpretando o Danilo.”
O que a sua mãe já deixou você fazer que a Thelma (Adriana Esteves) jamais deixaria?
“Eu vim morar sozinho no Rio com dezoito anos. Minha mãe me apoiava muito desde o início, com muita saudade, é claro, mas ela sempre me apoiou, nunca me prendeu, nunca fez questão de me manter na asa dela e sempre quis me ver feliz. A Thelma também quer ver o Danilo feliz, ela deseja o melhor para ele, mas ela tem uma maneira diferente de administrar esse lado.”
Qual a sua expectativa com a paternidade?
“Eu não projeto esse tipo de coisa, porque eu acho que uma vida em família, uma relação de pai e filha é algo que se constrói muito dia após dia. Muitas vezes a gente projeta coisas, diz que não vai fazer algumas coisas, ou que vai fazer e, na prática, é outra coisa. Eu tenho cinco irmãos e eu cuidei de todos eles, então experiência básica eu tenho. Com a minha filha eu não faço ideia de como vai ser, mas eu espero poder estar muito presente.”