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Saiba quais os riscos de ter filhos com parentes próximos e quais cuidados devem ser tomados para que a criança nasça saudável
Oator Dado Dolabella causou polêmica no início do ano ao assumir o namoro com sua prima Marina Dolabella. Além disso, o casal já demonstrou interesse em ter filhos, o que levantou a discussão sobre os riscos da consanguinidade. A condição acontece quando os pais são parentes próximos, no caso primos de primeiro grau, e podem ter filhos com mais chance de nascer com doenças genéticas. Por isso, a médica Beatrice Nuto Nóbrega esclarece os riscos de pessoas consanguíneas terem filhos.
Entenda os motivos
Doenças graves como fibrose cística (doença que atinge os pulmões), anemias crônicas e atrofia muscular espinhal são transmitidas geneticamente como doenças recessivas. Por isso, elas só se manifestam se a criança tiver os dois genes (um vindo do pai e outro da mãe) alterados. A maioria das pessoas carrega algum tipo de herança genética para doença grave, mas na forma de portador (um só gene alterado), sem manifestação da doença. Quando o filho nasce de pais consanguíneos é mais provável que haja coincidência desses genes alterados, o que pode causar doenças graves. Mas a especialista ressalta que qualquer casal está sujeito a alterações genéticas: “É importante lembrar que essas doenças podem acontecer mesmo em casais não consanguíneos, seja por mutações novas, seja por coincidências genéticas.”
Cuidados
O ideal é que antes de engravidar o casal passe em uma consulta pré- concepcional com médico especialista em reprodução humana para aconselhamento. Hoje em dia, existem exames genéticos que conseguem identificar mais de mil genes e analisar quais estão alterados. “Com esse teste, é possível avaliar esses genes alterados antes da concepção, e, caso haja nos pais coincidência de alterações nas mesmas doenças, é possível fazer uma fertilização in vitro com análise genética do embrião, para evitar embriões com determinadas doenças”, comenta Beatrice. Vale lembrar que mesmo após o nascimento é importante que a criança receba acompanhamento médico especial para monitorar possíveis doenças genéticas.
Tabu
Segundo a médica esse tipo de parentalidade faz parte de algumas culturas e não deve ser totalmente condenado, desde que os pais estejam cientes dos riscos. “A medicina evoluiu no sentido de, sejam em casais consanguíneos ou não, melhorar as chances de diagnóstico e possibilitar análise genética embrionária na tentativa de minimizar esse risco de doenças genéticas”, finaliza.