Depressão em idosos
Saiba por que a doença é tão comum nessa faixa etária e como funciona a prevenção
Adepressão é um problema que pode surgir em qualquer idade, mas afeta de forma intensa quem já é idoso. Muitos fatores levam ao desenvolvimento do processo depressivo para quem está na melhor idade, mas evitá-lo é possível. A geriatra Márcia Umbelino fala mais sobre o assunto.
A solidão
A especialista explica que a solidão é um fator decisivo no surgimento do processo depressivo. Geralmente, idosos que estão dentro de casas de repouso, por exemplo, têm uma carga de tristeza muito grande. “Isso acontece porque, na maioria dos casos, os familiares que os deixaram lá vão visitá-los em datas muito esporádicas, como as comemorativas. Isso faz com que eles se sintam sozinhos”, diz.
Quadro repetitivo
“Sabe-se que quem já teve depressão, pode ter de novo – e não necessariamente com os mesmos sintomas”, afirma a especialista. De acordo com ela, a menopausa, por exemplo, é um período propício para o aparecimento de sintomas da depressão em mulheres que já sofreram desse problema. “Tudo depende do estilo de vida que a pessoa leva, se tem histórico familiar de depressão, se possui algum tipo de trauma, entre outros fatores”, detalha.
Essa matéria tem caráter informativo. Se observar qualquer sintoma ou sinal de depressão em você ou algum familiar, procure ajuda especializada.
Sintomas indiretos
Muitas vezes, os idosos não apresentam de forma comum os sinais da doença. Por isso, é necessário que a família esteja sempre alerta. “Uma dor crônica muito repentina, por exemplo, pode indicar o surgimento de um quadro depressivo”, ressalta Márcia. A boa notícia, segundo ela, é que hoje em dia já existem diversos tipos de medicamentos que podem ajudar nesse problema. “O arsenal terapêutico está muito melhor. Mas, mesmo com o uso deles, médicos e familiares não podem perder a atenção. Existem sintomas além da tristeza”, afirma a geriatra.
Alguns sinais
O apetite seletivo, a alteração na qualidade de sono, déficit de atenção ou falha na memória são todos sinais que, de acordo com a médica, podem indicar o desenvolvimento de um quadro depressivo. “O histórico familiar também influencia – não por conta da genética, mas por conta do ambiente em que essa pessoa viveu e do estilo de vida que ela levou”, salienta a geriatra. No caso de aparecimento de alguns desse sinais, é fundamental procurar auxílio especializado.
Durante a pandemia
Por conta do coronavírus, muitos idosos tiveram suas rotinas modificadas, sendo proibidos de irem ao banco, supermercados e outras saídas de casa que serviam como distração e passeio. “Agora que eles estão confinados, muitos estão com uma carga ainda maior de tristeza. É preciso tomar cuidado com isso”, alerta a especialista.
Prevenção
Segundo Márcia, para evitar o desenvolvimento de um quadro depressivo, é preciso entender a importância do exercício físico, da boa alimentação, além das consultas e exames médicos periódicos. “Pense em um projeto de velhice. Muitos idosos se veem sem saber o que fazer quando chegam na melhor idade. Projete e planeje o que você quer fazer nesse período”, recomenda ela.