O abandono de animais em tempos de pandemia
O que se mostrou uma realidade em outros países em que a pandemia está em um estágio mais avançado vem agora se desenhando por aqui também como mais uma triste face do momento – o abandono de animais. No Brasil, esse índice já é alto – dos cerca de 140 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos, 5% vivem em condições de vulnerabilidade, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Isso corresponde a quase quatro milhões de animais. Como se o dado já não bastasse, a pandemia do novo coronavírus tem contribuído para deixar essa estatística ainda mais preocupante.
A falta de informação ou a propagação de informações erradas a respeito da COVID-19 tem sido apontada como causa. “É muito importante que as pessoas saibam que não há nenhuma evidência científica de que haja transmissão dessa doença de cães e gatos para pessoas”, diz o veterinário Alexandre Merlo, gerente técnico e de pesquisa aplicada de animais de companhia da Zoetis, que completa: “O abandono de animais não se justifica em nenhuma hipótese. Quando alguém abandona seu animal de estimação sob a desculpa do novo coronavírus que nos acomete, na verdade está enxergando uma parte muito pequena do problema que causa”.