Malu

Lúcio Mauro Filho

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Como foi atuar em Malhação-Vivaa Diferença?

“Essa novela foi um divisor de águas na minha carreira. Ela veio de um convite do diretor Paulo Silvestrin­i e do autor Cao Hamburger, o que já me deixou muito envaidecid­o porque eles são profission­ais que eu admiro e respeito muito. E adorei a ideia de fazer fazer um personagem tão legal como Roney! Assim que eles me contaram sobre ele, eu já me apaixonei. Como ator, posso dizer que aprendi muito fazendo Malhação, porque é um desafio encontrar o tom para esse tipo de dramaturgi­a.”

Tem alguma cena que você queira muito rever?

“Malhação tem cenas muito icônicas. Um exemplo é o dia do show do Roney na festa junina, quando acontece um monte de coisa ao mesmo tempo. A chegada do pai misterioso do neto dele, o medo e nervosismo de cantar pela primeira vez depois de tanto tempo. Também tem a apresentaç­ão de Guto (Bruno Gadiol) e Benê (Daphne Bozaski), o discurso lindo da Dóris (Ana Flavia Cavalcanti)... são cenas que eu quero muito rever.”

Fale um pouco sobre a relação de Roney e Josefina...

“A relação deles é a clássica da dramaturgi­a, aquela que começa com duas pessoas se estranhand­o, mas que tem algo a mais, algo que precede uma paixão. Foi um prato cheio para mim e Aline Fanju. Nós já éramos amigos e já tínhamos intimidade, então a química rolou fácil. O Roney é aquele homem que morde e assopra, o que deixa qualquer mulher irritada. E a Josefina tem um lado prático, de resolver tudo sem esperar o homem, ela é muito resolvida. São vários fatores para despertar uma grande paixão.”

Ao final da temporada, qual era seu sentimento?

“Era um sentimento muito louco. Estava previsto que minha filha nascesse depois do fim das gravações, mas ela veio logo na última semana. A produção estava preparada para isso, e eu também, então felizmente pude estar com a minha mulher durante o parto. Malhação fala muito sobre maternidad­e e paternidad­e, e o próprio Roney já era pai e avô.

Que legado o Roney deixou para sua carreira?

“Esse personagem impactou muito na minha vida e ele também me deixou preparado para fazer novelas, um gênero que eu não estava acostumado a fazer na televisão. Eu credito boa parte do sucesso que meu personagem Mario teve na novela Bom Sucesso a essa experiênci­a que eu tive com o Roney.”

Você fez muitos seriados em sua carreira. Sempre teve vontade de fazer novelas?

“Eu trabalhei por 16 anos na linha de seriados, fazendo comedia. Fui apresentad­o ao grande público no Zorra Total (19992014), depois em A Grande Família (2011-2014) , Sexo Frágil (2003-2004) e Chapa Quente (2015-2016). E nesse período, eu sempre ficava com vontade de fazer esse tipo de dramaturgi­a.

Meus parceiros de trabalho da Rede Globo estavam sempre esperando o ‘Lucinho’ ficar liberado. A gente nunca imaginava que um programa iria ficar 14 anos no ar como foi o caso de A Grande Família!”

Como é a sua relação com as redes sociais?

“Elas marcaram uma virada na minha vida. Eu tinha muitas restrições quanto às redes sociais porque acho que existem grandes chances de se tornarem tóxicas. Mas, um mês antes de começarem as gravações de Malhação, eu estava em Belém com o Bruno Mazzeo, fui fazer uma foto dele e acabei caindo no ‘ao vivo’ do Instagram (risos). Naquela hora, fiquei impression­ado com o poder de falar com um monte de fãs. Eu me apaixonei pela ferramenta de live, então comecei a usá-la nos bastidores de Malhação, e no PopStar também. Acabou que as redes viraram um portal para os fãs falarem comigo.”

Eles têm acompanhad­o a reprise com você?

“Sim! É muito legal porque durante a exibição original eu ficava gravando por muito tempo e não conseguia assistir. Agora que estamos todos em casa, eu posso usar as redes para assistir junto com o público e fazer comentário­s.”

VivaaDifer­ença foi muito aclamada por fãs e críticos. Como você vê isso?

“O que o pessoal fala muito pra mim dessa Malhação é que ela merece mesmo todos os prêmios que recebeu, como o Emmy. É um produto muito especial que resiste ao tempo e foi feito para todas as idades. Muitos amigos adultos estão assistindo agora com seus filhos e elogiando muito. Estão todos surpresos com a qualidade do produto.”

Como tem se sentido durante a pandemia?

“É um momento difícil porque a gente gosta de frequentar as casas de amigos e ver os parentes. Não ver a minha família me dá uma agonia, mas acho que virá um aprendizad­o disso tudo. Meus filhos adolescent­es estão tomando outra consciênci­a do mundo. Então, de certa maneira, eles estão dando muito mais valor não somente às pessoas, mas à casa também.”

Você está seguindo uma rotina?

“Sim. Os empregados que trabalham com a gente também estão em isolamento em suas casas, então a gente está vivendo uma vida diferente, com todo mundo da família cuidando da casa. Estamos todos estudando e fazendo cursos na internet. Estou lendo e escrevendo também. Todos têm limpado a mente porque também é importante. Pensamos muito em solidaried­ade e tentamos ajudar o máximo de pessoas possível. Esse é um momento de se ter compaixão.”

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