Ô, mosquitinho difícil!
Estudo mostra que fêmeas passam zika para os filhotes, dificultando a eliminação do vírus
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que mosquitos adultos fêmeas podem repassar o zika vírus para sua prole. Um dos autores do estudo, Robert Tesh, da Universidade do Texas, disse que a transmissão torna o zika mais difícil de controlar. “A pulverização ( com inseticida) afeta os adultos, mas não mata as formas imaturas, como ovos e larvas. Pulverização vai reduzir a transmissão, mas pode não eliminar o vírus”, falou.
O Aedes aegypti, o mosquito que transmite o zika vírus, coloca ovos em pequenos acúmulos de água. Cientistas queriam descobrir se alguma parte da prole desses mosquitos tropicais po- deria carregar o vírus, ajudando a perpetuar o surto durante as estações secas. Eles injetaram o vírus em mosquitos fêmeas criados em laboratório. Eles foram alimentados e, em uma semana, colocaram ovos. A equipe coletou e cuidou dos ovos até eles darem vida a mosquitos adultos, quando ela contou o número deles que carregava o vírus. Em cada 290 mosquitos testados, eles encontraram o vírus em um mosquito.
“A proporção pode parecer baixa, mas quando você leva em conta o número de Aedes aegypti numa comunidade urbana tropical, ela é provavelmente alta o suficiente para permitir que o vírus persista, mesmo quando os adultos infectados são mortos”, analisa Tesh.
Surdez nos bebês
No Brasil, estudo com 70 bebês de mães que contraíram o zika vírus registrou que quase 6% teve perda de audição, acrescentando o problema à lista de doenças que o vírus pode causar quando mulheres são infectadas durante a gravidez. A descoberta é parte de um esforço para caracterizar de forma total as possibilidades que o vírus pode causar na gravidez. Ele é mais conhecido por causar microcefalia, mas pode provocar outras anomalias, problemas de visão e alterações nas juntas.