INSS abre postos e cria polêmica
Sem agendamento prévio, agências ficaram vazias. Funcionários e ativistas reclamaram
Oferiado do Dia da Consciência Negra prometia ser mais uma data de descanso para quem trabalha no Rio. E assim foi para muitos, menos para os funcionários do INSS no estado. Denúncia aponta que por determinação do presidente do instituto, Leonardo Gadelha, os servidores teriam que comparecer ao trabalho no feriado, sob pena de ter três dias descontados. Os servidores foram avisados por memorando dia 16, às 18h, que o expediente seria normal. Sem se identificar, funcionários classificaram a decisão de absurda.“Nos anos anteriores, sempre foi respeitado o calendário de feriados”.
Algumas agências abriram logo pela manhã, mas, devido à falta de público e com ruas vazias, foram fechadas. Outras tiveram efetivo inferior a 30%, o que impedia o seu funcionamento. Servidores disseram que a motivação do presidente para alterar o calendário foi“não reconhecer o feriado de Zumbi”.Procurada,a assessoria de Gadelha informou que ele estava viajando e retornaria a Brasília somente na parte da noite.
Para Frei David,um dos principais nomes no debate sobre ações afirmativas para afrodescendentes, a decisão desrespeita determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou o feriado constitucional no início deste mês. “A grande questão, além do desrespeito à lei, é o fato de um órgão público abrir precedentes para que os demais também não cumpram uma lei criada em benefício do grupo mais violentados da sociedade, que é o povo negro”, diz.