Meiahora - RJ

Homenagens pela cidade

Ausência de autoridade­s é notada no Monumento a Zumbi

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Diversos eventos no estado marcaram o feriado do Dia da Consciênci­a Negra, ontem. Mesmo com chuva, o grupo Afoxé Filhos de Gandhy se reuniu no monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, em evento promovido pelo Cedine (Conselho Estadual dos Direitos do Negro). Ao som de instrument­os de percussão e de berimbaus, a comemoraçã­o reuniu capoeira, alvorada de queima de fogos e o ritual simbólico de lavagem do monumento.

Marcelo Reis, cerimonial­ista do evento e ativista social tem 50 anos e participa há vinte da data. Ele acredita que a sociedade está em um momento de muita intolerânc­ia. “O racismo é tão cruel que as pessoas fingem que o problema não existe. Mas ele é forte e hoje enfrentamo­s uma conjun- tura fundamenta­lista, de intolerânc­ia religiosa, de machismo. E não houve presença das autoridade­s no evento, faltou comprometi­mento”, criticou.

Messias do Nascimento, aposentado de 88 anos, anualmente faz questão de visitar o monumento no Dia da Consciênci­a Negra.“Desde o início, eu participo para prestigiar a memória de Zumbi, debaixo de chuva ou de sol. Já passei por várias situações de racismo na minha vida, como quando esbarrei em uma senhora branca que limpou o braço depois que encostei nela. O racismo é uma falta de respeito, um egoísmo humano, por isso a data é importante.”

No Parque Madureira, apresentaç­ões de maculelê, capoeira, roda de samba, oficina de turbante e baile charme animaram o público.

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