Dois PMs vão em cana
Policiais militares são acusados de receber propina de milicianos da Baixada
Acrueldade de milicianos, que tinham o costume de desfilar em praça pública com seus desafetos antes de assassiná-los, foi revelada durante as investigações que culminaram em uma ação conjunta do Ministério Público (MP-RJ), da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e da Corregedoria da Polícia Militar, ontem. Dois PMs foram presos, acusados de receber propina do grupo criminoso que agia principalmente em Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo.Emoutraoperação,emBangu, na Zona Oeste do Rio, policiais civis apreenderam armas, munição equipamentos e roupas falsificadas da instituição que pertenciam a paramilitares da Vila Catiri.
Testemunhas ouvidas durante as investigações que levaram à ação conjunta contaram que, “para dar exemplo”, os milicianos da Baixada desfilam com as vítimas algemadas antes de levá -las para o local onde eram exe- cutadas. Os corpos eram jogados em rios da região — e muitos deles nunca foram encontrados. Além de homicídios, os paramilitares são acusados de roubos de carros e de cargas, extorsão mediante ameaça, ao exigir pagamento de taxas de ‘segurança’ de moradores e comerciantes, venda ilegal e superfaturada de gás e água e exploração de sinal ilegal de TV a cabo (‘gatonet’).
A operação de ontem foi uma continuação da “Fake Fireman” (falso bombeiro). Na primeira fase, em agosto, oito milicianos foram presos. Ontem, foram sete capturados: além dos policiais Luciano Marques Lima da Silva e Luciano do Nascimento Mendes, lotados no 15º BPM (Caxias) e 21º BPM (Meriti), rodaram Roquelande Rodrigues da Silva Júnior, o ‘Bombeirinho’, acusado de ser o chefe da milícia; Wagner Rosa Vieira, Bruno Lima da Silva, Nilson Freitas de Souza e Reginaldo Pereira Diniz. Segundo o MP-RJ, 24 pessoas foram denunciadas.