Milicianos na mira
Presidente da associação de moradores é preso
Oracha entre dois grupos de milicianos que atuam na comunidade Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio, pode estar por trás de duas mortes: um policial militar, em janeiro do ano passado, e um homem apontado como um dos chefes locais, na segunda-feira.
Sobre esse crime do início de 2017, o presidente da associação de moradores do bairro, Jorge Ferreira Estrela, foi preso ontem por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), suspeito de participação na morte do sargento Renato Alves da Conceição, de 39 anos.
O PM foi morto ao volante de um carro de luxo com mais de 10 tiros de fuzil. O assassinato foi apontado na época como um ‘ajuste’ no comando da milícia que atua na região, já que, segundo investigadores, os chefes da quadrilha temiam que o policial, que tinha influência junto a alguns políticos da região, tomasse o comando do bando.
A prisão do presidente da associação de moradores da Gardênia Azul foi decretada na sexta-feira. Outro suspeito de envolvimento na morte do PM, Adriano da Silva Cavalcanti, o Palmilha, também é investigado no mesmo inquérito e teve a prisão decretada no mesmo dia, mas acabou executado, ao lado de uma mulher, identificada apenas como Íris, na madrugada de segunda-feira, em uma rua da comunidade. Já o presidente da associação foi capturado em sua casa, também na comunidade, e não reagiu à prisão.
A morte de Palmilha e a prisão de Jorge, segundo policiais, podem abrir uma disputa pelo controle do bando paramilitar, que tem outros membros na mira da polícia.