Sem sustos no trajeto
Ocupantes do carro não perceberam que estavam sendo seguidos desde a Lapa
No depoimento que a assessora de Marielle Franco prestou à polícia, ainda na noite do crime, na quarta-feira, ela contou que estava revisando fotos e textos do evento do qual a vereadora havia participado, pouco antes, na Lapa, no Centro do Rio. Por essa razão, a assessora — que não teve a identidade divulgada, por questões de segurança — disse que ela e Marielle não perceberam que o carro estava sendo seguido e que o motorista também não teria notado, já que não comentou nada.
Ainda de acordo com o depoimento — citado pela TV Globo —, a assessora disse que Marielle disse apenas “ué” ao ouvir os tiros e, em seguida, tombou para o lado, sobre ela. O motorista também não pressentiu nada até ser atingido.
Ontem, a assessora escreveu nas redes sociais pela primeira vez depois de quarta-feira à noite. “Estou viva. Mas a alma oca. A carne, ainda trêmula, não suporta a dor que serpenteia por dentro, num looping sem fim. Minha amiga, na tentativa de calarem a sua voz, a ampliaram ensurdecedoramente, em milhares de bocas. Para sempre. #MarieleVive”, escreveu.
Também ontem, houve novos atos de repúdio à morte da vereadora e do motorista, Anderson Gomes, além de homenagens em vários pontos do Rio. Atos similares ocorreram em outros estados, como a Paraíba, onde mora uma tia de Marielle, Maria das Neves, em João Pessoa, e também em outros países. Na Argentina, cerca de 100 pessoas prestaram uma homenagem póstuma à vereadora no centro de Buenos Aires. Outra manifestação ocorreu em Barcelona, na Espanha.